O Memorial da Cultura Indígena foi revitalizado em parceria da Prefeitura de Campo Grande com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR) e com o Governo do Canadá. O projeto faz parte do “Fundo Canadá para Iniciativas Locais”, que realiza trabalhos humanitários e investe em ações promovidas por governos locais em países em desenvolvimento. Artistas canadenses, brasileiros e indígenas estiveram presentes na reinauguração do Memorial revitalizado.
A gerente de patrimônio cultural da SECTUR, Lenilde Ramos afirma que o Memorial é o ponto de encontro de todas as etnias presentes em Campo Grande. “Na Capital existem nove aldeias urbanas e cerca de dez mil indígenas. Esse memorial foi construído para que todas essas etnias possam ter uma forma de conviver com a sua cultura, bem como desenvolve-la e estudá-la”. O Memorial estava abandonado e vandalizado, para Lenilde Ramos isso representava a situação de muitas aldeias, “Muitas aldeias são desassistidos, violadas em seus direitos. A reconstrução desse memorial significa também a responsabilidade que a secretaria do município tem com a reconstrução das culturas indígenas presentes em Campo Grande e no estado”.
Segundo Lenilde Ramos, o Memorial sediará vários cursos dedicados a revitalização e manutenção das culturas indígenas, "Haverá cursos de indumentária, no qual os indígenas aprenderam a reconstruírem seus trajes típicos. As crianças terão curso de idioma e arte". De acordo com a gerente de patrimônio cultural, a embaixada do Canadá incentiva a revitalização das culturas indígenas, "A prefeitura da cidade precisava fazer isso e o embaixador do Canadá concedeu o recurso necessário para que a prefeitura pudesse esse projeto".
De acordo com o embaixador do Canadá, Riccardo Savone em sua primeira visita teve oportunidade de conhecer a aldeia Marçal de Souza. “Na minha visita a Campo Grande eu tive a oportunidade de conhecer essa aldeia e o Cacique Daniel, que estava muito triste, porque a oca estava sem condições de receber convidados, para ter reuniões da comunidade, para expor a cultura local, combinamos que íamos fazer um projeto juntos para restaurar a oca e o museu”. Segundo o embaixador, a restauração do Memorial irá contribuir para o turismo da cidade e em outros aspectos para os indígenas. “Em qualquer comunidade seja indígena ou não, precisamos ter orgulho da nossa comunidade um espaço para poder mostrar nossas capacidades, compartilhar idéias e nos beneficiar de arte, além disso o memorial é um ponto turístico, alguém que estiver visitando Campo Grande vai ter acesso e saber mais sobre a cultura indígena do estado da cidade”.