ARTE E CULTURA

Projeto promove a exibição de filmes regionais em escolas e universidades de Campo Grande

O projeto "Campo Grande na Tela" promove a exibição de produções locais e debates com alunos de escolas e universidades públicas de Campo Grande

Fernanda Sandoval, Lorrayna Farias e Talita Oliveira13/04/2018 - 19h45
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O Projeto Campo Grande na Tela promove a exibição de filmes em sete escolas e três universidades da rede pública de ensino de Campo Grande, são 20 curta-metragens com conteúdo regional produzidos por artistas da capital. O projeto teve início no dia 26 de março e é realizado pela produtora Marruá Arte e Cultura com investimentos do Fundo Municipal de Investimento Cultural (FMIC). Além dos filmes, serão realizados debates e uma websérie que será veiculada na plataforma YouTube.

A produtora Marruá Arte e Cultura trabalha há 26 anos na área da música, literatura, fotografia e audiovisual em Campo Grande. A equipe da produtora apresentou o projeto do Campo Grande na Tela para concorrer ao Edital 01/2017 do FMIC. As exibições serão realizadas até o mês de junho em sete escolas municipais da cidade. A Escola Municipal Arlindo Lima foi a primeira. As universidades participantes são a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Serão apresentados 12 filmes curta-metragens por dia em cada escola e em seguida acontecerão debates com convidados, produtores e avaliadores dos filmes. Cada escola recebe o projeto por dois dias e o debate será conduzido por dois alunos escolhidos pelos professores.

A diretora executiva da Marruá, Andréa Freire explica que o objetivo do projeto é aproximar a juventude da produção audiovisual local e informar as pessoas que há produção de filmes regionais. Para ela, o cinema é “uma atividade que a gente percebe que precisa ser mais desenvolvida aqui no estado, em um mundo que o audiovisual está tomando uma proporção acima até da literatura. Trazer o sentimento de pertencimento da nossa cidade, mostrar que o audiovisual pode ser feito na sala de aula e estimulado em diferentes matérias”.

Um guia pedagógico é entregue nas escolas para aproveitar os conteúdos apresentados nos filmes em sala de aula e utilizar esse material nas disciplinas literatura, português, história, geografia e artes. Andréa Freire destaca que é preciso mostrar que atividades como o Campo Grande na Tela geram interesse dos jovens e trazem para os professores elementos diferentes para serem trabalhados em sala de aula.  

Andréa Freire afirma que é importante "despertar nos jovens e crianças o olhar sobre a nossa cidade e a possibilidade de fazer cinema. Fazer conexões com a cidade e com atividades do audiovisual, porque o nosso estado está atrasado no audiovisual comparado a outros estados. Mostrar que há interesse e que é preciso aprimorar. O estado tem um potencial enorme para gravar, como o pantanal".

A professora de Português e Redação, Nancy Cristina Leigues Landivar aprova a aplicação do projeto. Além de trazer conteúdo diferenciado para as matérias que leciona, ela avalia o Campo Grande na Tela como uma forma de dinamizar o ensino. "É também um modo de valorizar a cultura regional, porque na verdade nós campograndenses desconhecemos a nossa própria cultura. Eu acho que é um resgate e uma valorização do que é nosso". 

O cineasta Cândido Fonseca destaca a importância de projetos assim ocorrerem com maior frequência na cidade. "Acho que toda iniciativa é louvável, mas não esporadicamente como essa. Deve fazer parte de um projeto municipal e estadual de cultura nas escolas, não uma coisa sem continuidade. Isso não incfluencia muito a comunidade. Entendo que o cinema deve continuar universal, mas com regionalidade brasileira e local".

Websérie      

A websérie surgiu da ideia de compartilhar a experiência vivenciada nas escolas com mais pessoas e será dividida em dez episódios que retratem o encontro sala de aula e cinema e apresentem a história e valores culturais das comunidades participantes. Os episódios serão postados no YouTube. Também será feito um recorte da história do cinema em Campo Grande, desde os primeiros filmes exibidos aqui. Andréa Freire destaca que será utilizada uma linguagem que mescle educação com elementos característicos da internet. Foram selecionados dois jovens de 14 a 16 anos interessados em participar para apresentar a websérie. Cada episódio é publicado uma semana após a aplicação do projeto nas escolas.

O estudante e apresentador da websérie, Lucas Herreira fez teatro e seu interesse em atividades da área fez com que ele fosse um dos selecionados. Ele conheceu o projeto por meio de uma notícia na internet e afirma que “está sendo uma experiência incrível, estou conhecendo muito sobre a história e o cinema da nossa cidade e tudo o que inclui essa arte e essa vivência”.

 

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