Mato Grosso do Sul é o terceiro estado do Centro-Oeste com a maior taxa de crianças registradas sem o nome do pai. Os cartórios do estado documentaram mais de dois mil recém-nascidos com o nome da mãe nos últimos 12 meses. A proporção de crianças sem o registro do nome paterno na certidão equivalem a 6,6% dos nascimentos.
A capital lidera a quantidade de registros de nascimento, seguido pelos municípios de Dourados e Ponta Porã. Mulheres negras em vulnerabilidade social é o grupo social mais afetado pela ausência do pai na criação dos filhos. O abandono paterno se caracteriza como material, sem apoio financeiro; intelectual sem participação no processo educacional e afetivo e interferem na vida da criança até a fase adulta.
A dona de casa e mãe solo Fabricia Maidana afirma que tem dificuldades em conciliar a vida pessoal com a criação dos seis filhos. "Minha vida pessoal ficou um pouco para trás, e agora é mais difícil fazer as coisas que costumava fazer, porque penso mais neles do que em mim". Fabricia Maidana comenta que o apoio da mãe, que também foi mãe solo, é essencial e foi a única pessoa do ciclo familiar a oferecer auxílio para a criação dos filhos.