CIDADANIA

Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com menor taxa de pobreza extrema do país

O estado tem 2,8% da população abaixo da linha de extrema pobreza medida por indicadores como renda inferior a R$ 168 por mês, definida pelo Banco Mundial; alimentação, acesso à educação e moradia

João Pedro Buchara; Lizandra Rocha; Douglas Rebelato; Allana Souza22/09/2023 - 16h31
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Mato Grosso do Sul é o terceiro estado do país com a menor taxa de extrema pobreza, com 2,8% de pessoas nesta situação. O estado ocupava, em 2021, a quarta posição com 4,4%. Santa Catarina e Distrito Federal ocupam o primeiro e segundo lugar com menos de 2% de pessoas na extrema pobreza. 

O estado também está abaixo da média nacional na taxa de pobreza com o sexto menor índice. O cálculo das taxas são medidas por meio da renda per capita estabelecida pelo Banco Mundial, que  define a extrema pobreza com renda inferior a U$1,90, o que equivale a R$168 por mês. Programas como o Mais Social e o Auxílio Brasil oferecem apoio financeiro a famílias em situação de vulnerabilidade.

A presidente da Central Única das Favelas de Mato Grosso do Sul (Cufa), Letícia Polidoro auxilia famílias que estão na situação de extrema pobreza há cinco anos e relata que existem em Campo Grande 38 favelas. “Muitas pessoas em situação precária dentro e fora das favelas estão em busca de melhorias, principalmente moradia digna e bom emprego. Mato Grosso do Sul é um dos estados que têm o menor número de pessoas em extrema pobreza, mas existem muitas pessoas que ainda passam fome”. Letícia Polidoro ressalta que "os auxílios oferecidos pelo Governo as vezes são insuficientes para atender pessoas nesta situação porque muitas delas não têm Carteira de Identidade (RG) e comprovante de residência, necessários para retirar o benefício". 

Primeira Notícia · Letícia Polidoro conta as principais dificuldades entrentadas pela CUFA
 

A diarista Elaine Lima de Oliveira mora com os oito filhos em um barraco construído com madeiras, pallets e lona na ocupação irregular Deusli, localizado no bairro Jardim Batistão. Elaine de Oliveira explica que o salário que recebe como diarista é insuficiente para pagar aluguel e alimentação. “Eu trabalho de carteira assinada, porém ganho um salário mínimo que não cobre o aluguel de uma casa que hoje em dia é 900 reais para o tamanho da minha família, então eu tenho contas de água e luz para pagar e alimentos para comprar, acaba que não me sobra nada, por isso vim para a ocupação”. 

A diarista ressalta que os alimentos que ganha são de doações de instituições como o Instituto Dandara. “A Prefeitura fala que as famílias são amparadas, mas se você procurar a fundo muitas famílias não têm esse amparo, eles não dão suporte social para quem realmente precisa". A ocupação Deusli abriga cerca de 60 famílias entre adultos, crianças e idosos sem acesso a energia elétrica, água potável e saneamento básico.  

O economista Eugênio da Silva Pavão destaca que a redução da extrema pobreza implica na ampliação dos programas de auxílio financeiro. “A redução da extrema pobreza significa o aumento da pobreza, e não fim dela, pois melhoram as condições de vida, passando da renda de até R$100,00 por mês para renda entre R$100,01 e R$285,00. Para reduzir a situação é mais difícil, custosa e de médio a longo prazos, pois para isso é preciso ter maturação dos investimentos em educação, inovação, habitação, entre outras demandas”. O economista relata que é preciso ampliar políticas públicas de inserção social e financeira para que as famílias que estão nesta situação tenham acesso a moradia e empregos formais.   
 

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