Os casos de violência doméstica aumentaram 9,2% em Mato Grosso do Sul de janeiro a agosto deste ano em comparação ao mesmo período de 2022. As delegacias policiais registraram cerca de 11 mil denúncias. A capital é o município com maior número de casos, com 4.335 ocorrências.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que a quantidade de Medidas Protetivas de Urgência por meio da Lei Maria da Penha no estado durante o ano de 2022 ultrapassa as de 2021. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu, no mesmo ano, mais de 10 mil medidas. Ameaças e agressões físicas cometidas por ex-companheiros somam a maior parte dos pedidos.
O anuário produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revela que 2021 foi o ano com maior registro de casos de violência doméstica, durante o período de isolamento da Covid 19. De acordo com a coordenadora do Centro de Atendimento da Mulher (Ceam), Sidnéia Catarina Tobias o estado fiscaliza o cumprimento das medidas de proteção à mulheres. "Mato Grosso do Sul está à frente de muitos estados brasileiros atualmente, apesar dos nossos números serem relevantes. As campanhas educativas, o trabalho que está sendo feito pela própria polícia e pelas redes de atendimentos ajudam na eficácia da causa".
Segundo a coordenadora, o CEAM atendeu 379 mulheres em risco de morte de janeiro a junho deste ano, com acolhimento psicossocial e abrigo. "Atendemos todas as mulheres de diferentes realidades sociais, e uma das coisas que procurei saber em uma roda de conversa que realizamos é a quantidade de mulheres que foram vítimas de agressão direta e indiretamente na adolescência. Mais de 70% cresceram em um ambiente agressivo". Sidneia Tobias explica que é importante as pessoas evitarem esse ciclo de violência na infância.