MEIO AMBIENTE

Pantanal de Mato Grosso do Sul teve 7,12% de seu território consumido pelo fogo em 2021

Corumbá, capital do Pantanal, está entre as cidades que tiveram maior parte do território queimado desde 1985 e contabiliza mais de 4000 de focos de incêndios, no estado de Mato Grosso do Sul ocorreram 12080 incêndios em 2020

Amanda Gonzalez, Evellyse Moraes e Mariana Lima10/05/2023 - 14h19
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Os incêndios florestais no Pantanal consumiram mais de 50% de todo o bioma entre 1985 e 2022. A cidade de Corumbá, lidera a lista de municípios que tiveram maior parte do território consumido pelo fogo. As principais consequências das queimadas envolvem a perda da biodiversidade e a emissão de gases de efeito estufa.

A maior parte do território do Pantanal está no estado de Mato Grosso do Sul e abriga espécies da fauna e da flora do bioma. As queimadas que aconteceram em 2020 geraram prejuízos para a biodiversidade e bioeconomia da região. O Governo do Estado lançou, no dia 25 de abril, a campanha “Fogo Zero”, de prevenção e combate a incêndios florestais em parceria com a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS).

Segundo o diretor executivo da Reflore-MS, Benedito Lázaro o objetivo da campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais no Pantanal é conscientizar os produtores rurais e a sociedade. “Nós estamos na 11º edição dessa campanha e queremos criar uma cultura florestal no estado. Temos uma estatística que mostra que 90% dos incêndios são provenientes de ações humanas e precisamos conscientizar a população de que esse é um problema sério”. Lázaro afirma que além dos impactos causados para o bioma, a saúde da população também é afetada.

Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck o Estado avançou no combate aos incêndios florestais no Pantanal. “Mato Grosso do Sul caminhou muito no combate aos incêndios, basta analisar os dados do ano passado, onde tivemos os menores índices de incêndios florestais comparado a 2021. Além disso, também fizemos campanha nas escolas, com produtores rurais e outras entidades”. Verruck afirma que a campanha “Fogo Zero” é uma das ações mais importantes para o combate aos incêndios.

De acordo com mapeamento realizado pela instituição MapBiomas, a superfície destruída pelo fogo no Brasil, entre 1985 e 2022, representa 185,7 milhões de hectares queimados, o equivalente a 21,5% de todo o território nacional. As áreas analisadas compreendem todos os biomas do país e o Pantanal de Mato Grosso do Sul lidera o ranking, com 51% de sua área consumida pelo fogo. Cerca de 63% das áreas afetadas pelo fogo foram queimadas mais de uma vez em 38 anos.

Incêndios Florestais em MS
Infogram

Para o professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordenador da Pesquisa Ecológica de Longa Duração (Peld), Geraldo Damasceno o impacto das queimadas foi maior devido ao ciclo de secas que o bioma enfrentou na época. Damasceno explica que colocar fogo é uma técnica de manejo utilizada pela população para renovar as pastagens do Pantanal, que são nativas da região. “O problema disso é que quando você tem um período de seca muito grande, como foi em 2020, manejar as pastagens da região com fogo aumenta o risco de transformar esse ato em um incêndio”.

Primeira Notícia · Professor Geraldo Damasceno explica sobre o impacto das queimadas no Pantanal em 2020

 

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