O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no mês de outubro o levantamento preliminar do Censo Demográfico de 2022. Os resultados do Censo apontam que 391.091 pessoas que residem em municípios sul-mato-grossenses têm 60 anos ou mais. A cidade de Vicentina é a que possui a maior porcentagem de população idosa no estado, com 82,9% dos habitantes da cidade enquadrados nessa faixa etária.
A população idosa de Mato Grosso do Sul aumentou em 64% nos últimos 12 anos. As pessoas com 60 ou mais representam 14,92% da população residente no estado. As mulheres são o gênero com o maior número de pessoas nesse grupo, e representam 209.763 habitantes sul-mato-grossenses.
Os dados premilinares do Panorama do Censo Demográfico de 2022 indicam que a faixa etária de 60 a 65 anos é a mais prevalente entre os idosos de Mato Grosso do Sul, com 126.645 pessoas. O médico geriatra Marcos Blini Pereira afirma que o aumento da faixa etária da população "é algo que a gente observa quando a gente vê a nível Brasil e até a nível mundial. Mato Grosso do Sul é um estado muito jovem, né? Então, por ser um estado do Centro-Oeste e que vem crescendo muito por conta do agronegócio, pela questão da divisa do estado, então a tendência era ter uma população mais jovem". Pereira destaca que "essa população [que migrou para o estado] já está com 30, 40 anos, às vezes até mais que isso, então, naturalmente, cada vez mais a gente tem mais idosos aqui na região”.
A gerente de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Neiva Figueiredo afirma que a Secretaria desenvolve ações para acompanhar o crescimento da faixa etária da população no estado. “Muitas atividades estão sendo adaptadas e difundidas para melhor atender a população idosa, como a construção de academias de saúde, a inserção de programas como Hiperdia e eventos educativos com a finalidade de informar à população idosa sobre os riscos e tratamentos acerca de algumas doenças que mais os acometem”. Neiva Figueiredo pontua que “está sendo difundido o uso da Caderneta da Saúde da Pessoa Idosa (CSPI) entre as pessoas idosas, em que cada indivíduo marca seus dados acerca de doenças, agravos, medicamentos e outros fatores inerentes a sua saúde, a fim de que os profissionais verifiquem periodicamente como aquele usuário está”.
Informações publicadas na página de internet da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) destaca que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um médico geriatra para cada 1.000 idosos. De acordo com informações do sistema de "Busca por médicos" do Conselho Federal de Medicina (CFM), existem 15 profissionais com Registro de Quadro de Especialistas (RQE) especializados em geriatria em Mato Grosso do Sul, e 13 atendem na capital do estado. O médico geriatra Marcos Blini Pereira alerta que o estado apresenta insuficiência de medicamentos básicos e assistência ambulatorial. “Falta muito medicamento básico, às vezes é muito complicado a realização de exames, e quando a gente fala da assistência especificamente dos idosos, isso é pior. Os únicos dois lugares que tem ambulatório de geriatria aqui são no CEMED [Centro de Especialidades Médicas] e no HU [Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian]. Então, são três ambulatórios de geriatria com poucas vagas”.