O tráfico de animais silvestres é uma das atividades criminosas mais lucrativas no estado. Os animais são capturados em municípios do interior, como Ivinhema e Nova Andradina, e são enviados para os estados de São Paulo e Paraná. O Papagaio-verdadeiro é a espécie mais visada pelos criminosos. O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) recebeu 380 animais desta espécie que foram resgatados no ano passado.
O Cras recebeu 3.228 animais em 2023, número acima da média anual de 2.500. A instituição recebe animais atropelados em rodovias estaduais, entregues voluntariamente pela população e resgatados em operações de combate ao tráfico, que correspondem a 30% do total. A primavera é o período em que o centro recebe mais animais para reabilitação e maioria (70%) são aves.
Segundo o Coronel na Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Paulino Queiroz os traficantes aliciam moradores de assentamentos para que eles retirem os animais dos ninhos. “Quando dá o número que o traficante encomendou, essa pessoa leva para ele, ou ele vai buscar. Então a gente faz o monitoramento dos ninhos, para evitar essa prática”.
O Serviço de Inteligência da PMA identifica pessoas que oferecem ou encomendam animais silvestres de maneira ilegal. A fiscalização será reforçada entre agosto e dezembro, quando acontece o período de reprodução desses animais e eles ficam mais vulneráveis. As ações visam impedir que os animais sejam retirados dos ninhos.
De acordo com a coordenadora do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, Aline Duarte, proteger os ninhos é uma maneira de garantir o equilíbrio da fauna e a sobrevivência das espécies. “Quando os traficantes arrombam o ninho, geralmente eles destroem. E esses animais tem o costume de fazer a reprodução, montar o ninho, sempre no mesmo lugar. Então ele vai voltar lá e não terá nada”.