TECNOLOGIA

Alunos da UFMS desenvolvem aparelho de monitoramento de água

O equipamento otimiza o tempo de correção de falhas na qualidade da água e envia os dados coletados em tempo real

Júlia Beatriz, Luana Moura e Michael Franco17/02/2017 - 10h17
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Alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveram um aparelho para monitoramento da água em tempo real. O equipamento trabalha de forma autônoma e possui sondas e sensores que analisam a qualidade da água e enviam a informação, via internet, para o Laboratório de Sistemas Computacionais de Alto Desempenho (LSCAD), localizado na Faculdade de Computação (Facom). O sistema de acompanhamento em tempo real auxilia na rapidez das ações de correção e tratamento na água analisada pelo aparelho e visa a manutenção dos parâmetros de qualidade da água de acordo com o uso e local do monitoramento.

A pesquisa foi realizada pelos acadêmicos do oitavo semestre de Engenharia de Computação da UFMS, Clara Hayashi, Paulo Soken e Leonardo Cessel, sob a orientação do professor Ricardo Ribeiro dos Santos. Soken explica que são cinco sensores utilizados no aparelho, que calculam elementos como temperatura, PH e sólidos dissolvidos na água. "Esses sensores medem a qualidade da água, eles leem os parâmetros da água e calculam o índice de qualidade de água". Os índices são classificados em bom, ruim e razoável. O estudante ressalta que a informação é enviada em tempo real e pode ser acessada por meio de uma página na internet.

O projeto "Onboard: plataforma eletrônica de monitoramento de fontes de água" ficou em quarto lugar na Competição de Sistemas Embarcados da Intel no  Simpósio de Engenharia de Sistemas de Computação (SBESC), em novembro de 2016. A construção do aparelho aconteceu entre abril e novembro do ano passado, no Laboratório de Sistemas Computacionais de Alto Desempenho (LSCAD) da Faculdade de Computação (Facom). O aparelho foi testado no Lago do Amor.

Acadêmicos da UFMS criam aparelho para monitorar água. Foto: Júlia Freitas

A acadêmica Clara Hayashi afirma que o diferencial do aparelho é a transmissão de dados em tempo real. "Ele fica lá e você acessa os dados direto pela internet em tempo real e mais rápido que pegar amostra da água e levar para o laboratório analisar, que leva dias". 

O estudante Leonardo Cessel destaca a importância do projeto em sua vida acadêmica. "Foi interessante que mexendo com esse tipo de projeto você conhece coisas que não aprende em sala de aula, ir atrás destas tecnologias, é um grande aprendizado. Além de colocar em prática e vermos os resultados do nosso conhecimento".

Custo

Paulo Soken afirma que, de acordo com um levantamento inicial feito pelo grupo, o aparelho custa cerca de seis mil reais. "Do ponto de vista empresarial é muito barato. O nosso aparelho tem um custo de cerca de cinco vezes mais barato que o modelo convencional." O estudante explica que pelo modo convencional, a logística aumenta os custos. "Só os grandes centros tem esse laboratório, então todas as coletas do interior tem de ser enviadas via Sedex para cá, e são analisadas uma semana depois da coleta".  Os estudante afirma que após a validação do equipamento no Lago do Amor, os resultados produzidos pelo aparelho foram satisfatórios. 

O projeto teve apoio da empresa de engenharia "Optimale", que forneceu as sondas, e dos técnicos dos laboratórios de Qualidade Ambiental (LAQUA) e de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento (LEHNS) da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo (Faeng) da UFMS, para análise de dados.

 

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