As fiscalizações serão realizadas, inicialmente, em locais com alto índice de infrações cometidas, como entradas de escolas e nas principais vias de Campo Grande. Haverá sinalização onde o monitoramento estiver ativo. O subcomandante afirma que as infrações que podem ser flagradas pelos drones são o uso de celulares, avanço em semáforo vermelho e parada, estacionamento, retornos ou conversões em locais proibidos.
O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS) é responsável por ordenamento e orientação do trânsito e operações de comando, como blitz e fiscalização do cumprimento da lei seca. O chefe de fiscalização do Detran, André Canuto ressalta que foram realizados levantamentos estatísticos para implantação de ações de monitoramento. “Nós comparamos os períodos onde se intensificaram as ações de trânsito e verifica-se que com o aumento efetivo de fiscalização, de imediato o número de acidentes cai, principalmente no período noturno”.
As infrações de velocidade são flagradas por radares e as de uso de celulares são constatadas por agentes durante patrulhamento. Canuto explica que os flagrantes serão por sistemas eletrônicos, como o uso de drones implantado pelo BPTran e por semáforos que captam infrações que serão instalados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran). “Nós temos em Campo Grande, no período de janeiro a outubro, 35 mil notificações por tráfego com velocidade superior até 20% e 18 mil notificações de 20% a 50%. As notificações são de competência da Agetran e se levarmos em consideração que boa parte dos equipamentos estão desligados ou sendo reinstalados, temos um número muito alto de infrações cometidas”.
Drones
Para Marcato, drones possuem várias aplicações
(Foto: Lethycia Anjos)
De acordo com o professor do curso de Geografia da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), José Marcato Júnior o modelo ideal de aeronave não tripulável para ações de fiscalização é o multimotor, por ser estável e fácil de manusear.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) possui regulamento que deve ser seguido para operação de drones. O equipamento precisa ser cadastrado e ter autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para voo. Marcato ressalta que o sistema eletrônico é utilizado por meio de controles manuais e que existe a possibilidade de fazer mapeamentos para determinar planos de voo. “O drone faz toda a rota traçada por sobreposição entre as imagens, sobe para realizar a missão e retorna automaticamente. Tem alguns programas que fazem isso”.
De acordo com o professor, o uso de aeronaves não tripuláveis ainda é um problema na área urbana por existir restrições legais como o sobrevoo a uma distância de 30 metros dos civis e limites de altitude de 120 metros. As aplicações do equipamento são inúmeras e o custo é um aspecto favorável por ser acessível se comparado à uma aenorave tripulável, que possui despesas mais caras para levantar voo. “Para o nosso estado, pensando de uma forma geral, os drones trazem grandes benefícios, em várias aplicações ambientais, agricultura de precisão, monitoramento ambiental e também essa outra possibilidade de monitoramento de trânsito”.