CIDADES

Falta de arborização afeta bairros de Campo Grande

A baixa arborização na capital é resultado da distribuição desproporcional de árvores em algumas regiões como o Jardim Noroeste, Nova Lima e Rita Vieira, que provoca aumento na sensação de calor da população

João Pedro Buchara; Lizandra Rocha; Douglas Rebelato; Allana Souza12/10/2023 - 15h52
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Campo Grande tem baixa arborização nas vias urbanas causada pela distribuição desproporcional de árvores. As regiões do Jardim Noroeste, Nova Lima, Coophavila II, Rita Vieira e Nova Campo Grande são as mais afetadas pela insuficiênca de arborização na capital. Os bairros precisam ter uma árvore plantada por quadra para serem consideradas arborizadas.

A redução de áreas verdes compromete a manutenção do microclima de cada região e causa o aumento das temperaturas. Os bairros com vulnerabilidade social têm menor plantio de árvores devido ao pouco espaço que é destinado para a arborização urbana, diferente dos bairros ocupados pela classe média alta, que promovem projetos de paisagismo e aumentam a quantidade de espaços para a arborização. As políticas de planejamento urbano são as principais causas da falta de arborização na capital. 

A superintendente de Fiscalização e Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (SEMADUR), Gisseli Giraldelli relata que os bairros vulneráveis economicamente são os menos arborizados devida a falta de informações para a popução em relação aos cuidados e manejo da floresta urbana que causam a degradação como a derrubada de árvores saudáveis. “Nós temos um alto índice de perda das mudas por ação de vandalismo, isso tem relação com o planejamento do bairro. Bairros mais antigos, por exemplo, são mais difíceis de arborizar”. A superintendente afirma que a Semadur permite a derrubada de árvores quando comprometidas " Gissli Giraldelli ressalta que "a lei complementar o 184 de 2011, determina que só é autorizado a remoção de árvores que estejam com o estado de saúde comprometido e sem possibilidade de tratamento, portanto não é autorizado a derrubada de árvores plantadas em frente a residências". 

A estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Evelyn Mendes mora no bairro Jardim Noroeste e relata que a falta de árvores na região impede os moradores de realizarem atividades de lazer devido às altas temperaturas de calor. “Em uma região mais abafada você não consegue praticar atividades físicas durante o dia ou levar as crianças para brincarem em parques em uma região onde a umidade do ar às vezes é abaixo de 20 graus, o que não é recomendado pelos especialistas e está abaixo do que deveria”. A estudante ressalta que "com o aumento nas temperatura e a ausência de árvores no bairro a saúde pode ficar comprometida". 

Primeira Notícia · Estudante Evelyn Mendes comenta sobre a falta de árvores no bairro Noroeste

O engenheiro ambiental Gabriel Chiquito relata que os bairros menos arborizados são afetados por condições climáticas adversas devido a formação de ilhas de calor. “Um bairro com uma arborização fraca tem tendência a apresentar temperaturas maiores e umidades relativas menores se comparado a bairros mais arborizados. Esse fenômeno é chamado de ‘Ilha de calor’, e é visível em larga escala em cidades com elevado grau de urbanização, onde a cidade apresenta temperaturas mais altas que os arredores com maior presença vegetal”. O engenheiro ressalta que “além do controle térmico, a arborização urbana oferece benefícios à sociedade como a criação de locais de lazer para a comunidade e por isso é necessário que os moradores tenham os cuidados redobrados”.

Arborização urbana de Campo Grande de acordo com o Pdau
Feito por João Buchara no Infogram
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