TRANSPORTE COLETIVO

Prefeitura de Campo Grande libera gratuidade do transporte público para idosos e estudantes

O novo decreto da Prefeitura Municipal de Campo Grande determina a livre circulação de idosos no transporte coletivo sem restrição de horário

Ayanne Gladstone, Beatriz Saltão, Débora Oliveira, Roberta Martins 15/10/2021 - 16h12
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A Prefeitura de Campo Grande revogou o decreto nº 14.630, de 11 de fevereiro de 2021, que limitava a utilização do transporte público por idosos e estudantes por meio do decreto nº 14.895, de 13 de setembro de 2021, publicado no Diogrande no dia 14 de setembro. O Decreto n° 14.895  autoriza que idosos circulem gratuitamente pelo transporte coletivo sem restrição de horário, enquanto os alunos da rede de ensino voltam a utilizar o benefício em razão do retorno às aulas presenciais nas escolas. O Decreto regulamenta o retorno total dos idosos ao transporte coletivo de Campo Grande.

A Prefeitura Municipal bloqueou o passe de estudante e de idosos em abril de 2020, para diminuir a circulação de passageiros após o início da pandemia de Covid-19. O Decreto n°14.630 permitia que o cartão de transporte coletivo dos idosos funcionasse das 9h00 às 16h00. O passe-livre para estudantes foi bloqueado após as aulas presenciais serem suspensas nas redes públicas e privadas de ensino, na educação básica e superior. Os estudantes que mantiveram as aulas presenciais podiam usar o benefício. 

O percentual de vacinação da população de Campo Grande é de 77,30% com uma dose, segundo dados do "Vacinômetro" da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O percentual de imunizados com as duas doses é de 61,74% e os adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades somam 75,30% de imunização com uma dose. De acordo com o infectologista Everton Lemos a adesão à primeira e segunda dose da vacina revela uma melhora nos indicadores. “Nós tivemos uma diminuição de contágio entre idosos depois da segunda dose. Reduziu o número de óbitos e de contaminados. Recentemente, a gente tem visto um aumento progressivo da taxa de contaminação, então é importante que ainda se mantenha essa taxa de vacinação elevada para que não tenha novos casos de Covid entre idosos e também entre outras faixas etárias”. 

Primeira Notícia · Infectologista Everton Lemos explica os cuidados que se devem ter nos transportes públicos

Lemos afirma que as restrições e flexibilizações impactam no aumento dos casos de Covid-19. Segundo o infectologista, aglomerações também são responsáveis por um aumento exponencial de contaminação. “Nós podemos ter um aumento no número de casos novamente por conta dessas reuniões, aglomerações. É um momento em que ainda precisamos ter cuidados fundamentais e distanciamento”. 

Os idosos utilizavam o passe das 9h00 às 16h00 antes do novo decreto municipal - (Foto: Ayanne Gladstone) 

O passageiro Nivaldo Quereli completou o ciclo de imunização e utiliza o transporte público há mais de três anos para fazer compras no supermercado. Quereli começou a pagar pela tarifa do transporte após as restrições decretadas em fevereiro, e acredita que as medidas de biossegurança são burladas nos terminais de ônibus. Ele também demonstra descontentamento com o transporte intermunicipal do estado. “Para os idosos viajarem para outro estado é um ônibus por semana, duas vagas para cada idoso. Isso não está certo, porque antigamente para cada ônibus eram duas passagens e hoje é uma vez por semana”.

O presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende relata que os idosos representam 8.500 viagens diárias nos transportes públicos da capital e que a atual frota é suficiente para suprir a população local. O presidente afirma que os idosos, estudantes e pessoas pagantes são atendidas com ajustes diários de biossegurança, independente da categoria. “A frota que está disponível hoje suporta transportar mais pessoas do que está transportando hoje, então não tem o que se falar com relação ao aumento de frota. Nós temos operando hoje 370 ônibus e, antes da pandemia, operavam 490, em torno de 120 ônibus a menos, mas a clientela é bem menor do que aquela de tempos normais, mas é a Agetran quem tem a autoridade de aumentar ou reduzir a frota”.

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