COLETA SELETIVA

Campo Grande registra aumento de 5% na produção de lixo

Campo Grande produz 23,5 mil toneladas de lixo por mês, o descarte irregular de resíduos sólidos urbanos causam problemas ambientais e de Saúde Pública, como a contaminação de solos e lençóis freáticos, e disseminação de doenças como dengue e leishmaniose

Carol Leite, Geane Bessera e Maria Luiza Massulo 6/11/2023 - 10h37
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Campo Grande registra um aumento de 5% na produção de resíduos sólidos de 2022 para 2023. Os campo-grandenses produzem em média 23,5 mil toneladas de lixo por mês este ano. A população produz em torno de um quilo de resíduos sólido por dia. 

A coleta seletiva, responsável por recolher os materiais recicláveis, cobre 75% das áreas urbanas do município. O volume de resíduos como papéis, plásticos, metais e vidros recolhidos para destinação correta é de 500 toneladas por mês. Campo Grande registra mais de 52 pontos irregulares de descarte de lixo espalhados por terrenos baldios e rotatórias.

A professora do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e GeografiaKarina Ocampo Righi relata que o descarte incorreto e a mistura dos resíduos liberam substâncias químicas prejudiciais ao meio ambiente e Saúde Pública. A docente explica que os problemas de degradação ambiental vão desde contaminação de solos e lençóis freáticos a doenças como dengue, leishmaniose e leptospirose.“A importância de segregar é de que eu vou estar dando o verdadeiro valor para o resíduo, o resíduo reciclável hoje é rentável. Quando a gente não segrega os resíduos, a gente vem de uma cultura de colocar tudo em um saco de lixo, levar para frente de casa e responsabilizar a prefeitura ou a empresa responsável por recolher”. 

Segundo a educadora ambiental da Solurb Soluções Ambientais, Mara Calvis os serviços oferecidos pela empresa para a destinação correta de resíduos são feitos por meio da coleta convencional nos pontos de entrega voluntária espalhados por escolas públicas, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e unidades de Saúde e nos ecopontos, nos quais a população faz a entrega do lixo. A educadora ambiental explica que os condomínios residenciais são obrigados a terem pontos de coleta seletiva pelo Decreto Municipal nº 209/2012. “Houve um aumento de 5% para 30% no hábito e na preocupação da população em separar corretamente o lixo. As pessoas sabem que é importante reciclar, mas entre saber e fazer, o nosso desafio para que as pessoas se conscientizem em fazer”. 

A professora da Educação Básica, Carla Oliveira Martins destacou que encontra dificuldades em fazer o descarte correto do lixo pela falta de eficiência na separação adequada dos resíduos em seu condomínio. A professora relata que os moradores desrespeitam os dias específicos destinado à coleta seletiva, e todos os resíduos são depositados na mesma lixeira. “Implementei estratégias em minha casa, como a separação de lixo em duas lixeiras, uma para resíduos orgânicos e outra para recicláveis. Apesar de a coleta do condomínio não respeitar essa separação, continuo a fazê-la como um exemplo para a minha família. Além disso, procuro sempre incentivar meus alunos a adotarem práticas sustentáveis”. 

A dona de casa Nívea Raquel Petermann separa corretamente os lixos sólidos há mais de 25 anos. Nívea Petermann  recicla para preservar o meio ambiente e colaborar com a renda de catadores de materias recicláveis. “Eu não aguardo o caminhão porque do lado de casa tem um ponto de coleta, em uma igreja. Geralmente eu levo ali uma ou duas vezes na semana, se eu acumulo bastante”. 

Primeira Notícia · Nívea Petermann explica como separa os lixos em sua casa
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