TRÂNSITO

Pedestres são as principais vítimas do trânsito em Campo Grande

Pesquisa do DPVAT indica que pedestres são o segundo grupo que mais solicita indenização por acidentes em Mato Grosso do Sul

Jéssica Fernandes, Lyanny Yrigoyen e Monique Faria25/08/2018 - 15h59
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A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul divulgou dados do Observatório de Trânsito que registra 56 vítimas fatais envolvidas em acidentes de trânsito no último ano, em Campo Grande, 11 são pedestres. Foram mais de 2.000 acidentes de trânsito com pedestres no período de um ano, em Mato Grosso do Sul. Segundo levantamento divulgado este ano pela Seguradora Líder, administradora do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores (DPVAT), o grupo dos pedestres está em segundo lugar no total de vítimas, com 26%. Motoristas e passageiros ficam respectivamente com 59% e 15%.

A assistente comercial da Capemisa Seguradora em Campo Grande, Gisele Araújo Santos afirma que os pedidos de indenizações por invalidez são mais frequentes e nem sempre são aceitos. “Aqui o maior é invalidez, mas nem todos são acatados. Nem todos são verídicos de que houve invalidez. Muita gente tem desconhecimento, sofreu acidente e já dá entrada. E geralmente invalidez é depois que já passou por todos os tratamentos e houve sequela realmente”.

O comandante do Batalhão da Polícia Militar de Trânsito (BPTran), Tenente-coronel Franco Alan Amorim comenta que os pedestres de Campo Grande têm características de moradores do interior do Brasil. “A capital do Mato Grosso do Sul recebe muitas pessoas oriundas do interior que não estão acostumadas com esse trânsito, um pouco mais agressivo, e acabam sendo vítimas do trânsito”.

O Centro de Pesquisa e Economia de Seguro (CPES) avaliou o impacto econômico negativo no Produto Interno Bruto (PIB) gerado por vítimas fatais e permanentemente inválidas em período economicamente ativo de suas vidas, com base em dados do DPVAT. Os acidentes de trânsito causaram impacto de R$ 1.238 em Mato Grosso do Sul, no ano de 2015.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) orienta que de acordo com a Lei n. 2909, os responsáveis por imóveis que sejam logradouros públicos dotados de calçamento ou guias e sarjetas são obrigados a construir as calçadas, chamadas oficialmente de passeios fronteiriços, e mantê-los em perfeito estado de conservação. Fiscais da Semadur realizam vistorias com o objetivo de garantir o acesso das vias públicas.

   Semadur expediu 1125 notificações
   Foto: Lyanny Yrigoyen

O secretário Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luiz Gustavo da Costa explica que a preferência é dos pedestres e a superintendência responsável pela fiscalização das calçadas e da mobilidade urbana de Campo Grande funciona em conjunto com a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran). “Tem local que tem árvore, tem lixeira, tem mobiliário urbano, tem ponto de ônibus. Então, como é essa relação da calçada, que é a linha de fronteira do privado para o público, o local onde as pessoas mais estão caminhando. Tem locais que as pessoas preferem usar a rua de fato”.

A Semadur lançou no ano de 2011 a terceira edição do Guia de Calçadas, que objetiva viabilizar a adequação das calçadas aos parâmetros legais de acessibilidade. Costa ressalta que existe um debate a respeito da eficácia dos parâmetros adotados hoje. “Nós temos sorte de ter uma cidade plana, mas ainda assim tem locais que mudam muito o relevo. Eu acredito que não existe uma cidade cem por cento acessível, mas cabe ao planejamento da cidade onde deveria ser universal esse acesso.”

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