ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL

População campo-grandense enviou 2.300 toneladas de donativos ao Rio Grande do Sul

CTG Tropeiros da Querência e Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado de Mato Grosso do Sul enviaram 51 carretas com donativos com auxílio dos campo-grandenses para o Rio Grande do Sul e atenderam 27 municípios

Beatriz Saltão e Roberta Martins23/05/2024 - 22h38
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A população de Campo Grande, por meio de uma ação coordenada pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Tropeiros da Querência, enviou 51 carretas com 2.300 toneladas de donativos para o Rio Grande do Sul desde o dia cinco de maio. As doações atenderam 27 municípios afetados pelas enchentes. A demanda por roupas diminuiu e a necessidade de doação de água, cestas básicas, itens de higiene e alimentos de rápido consumo continua alta.

O CTG recebeu 500 voluntários para auxiliar na organização. Os voluntários separam as doações na triagem por categoria e selecionam os itens em boas condições. Os coordenadores do CTG, conhecidos como "patrão", aceitarão doações no local até quarta-feira, 29 de maio, e depois transferirão as operações para o ponto de coleta da Defesa Civil Estadual no Centro de Convenções Albano Franco.

O presidente do CTG, Mário Cavinatto afirma que doações de alimentos e água são mais urgentes do que as doações de roupas. “A Defesa Civil do Estado, em coordenação com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, pediu para que esperem, guardem as doações de roupas, porque o volume está muito grande, dificultando o encaminhamento e a logística de armazenamento. A insistência é nos alimentos e principalmente alimentos de fácil consumo, como enlatados, sardinha, salsicha, bolacha. Se a pessoa perdeu tudo, ela não tem fogão, geladeira, panela, então ela abre e consome”.

Cavinatto explica que os voluntários fazem a triagem das roupas e organizam para que as pessoas possam utilizar de forma imediata. "Nós estamos aqui com a equipe de triagem e eles chegam já fazendo a triagem. Para essa triagem, eles arrumam para que a pessoa chegue lá a roupa até ele e ele já use, não tenha que lavar, não tem aqui ver se serve ou não serve. A nossa equipe de voluntários está separando individualmente, infantil, para criança, para adulto, todo tipo de cuidado, assim como calçados também".

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Jackeline Cabral relata que mora próximo ao CTG e decidiu ser voluntária a partir do segundo dia por influência da filha. "Aqui é a nossa rota, a gente mora a uma quadra daqui e a minha sogra mora a duas quadras. Então eu passo aqui na frente. Ela falou, 'mãe, vamos ajudar'. E eu falei, 'ai filha, tem muita gente'. 'Não, mãe, mas eles estão precisando'. Falei, 'vamos lá ver'. Nos apaixonamos e a gente chega e não tem hora para ir embora. Às vezes eu fico cansada. Falo assim, amanhã eu não vou. Mas eu levanto e daí eu fico, 'meu Deus, eles estão precisando. Como será que está lá?' Aí eu venho todos os dias".

Ela coordena o setor infantil no CTG e explica que separa as roupas por tamanho e gênero. "Aqui é assim, eu separo RN, que é recém-nascido a um ano, masculino ou verão e inverno; 2 a 4 verão e inverno; 6 a 8, verão e inverno; 10 a 12, verão e inverno; 14 a 16, verão e inverno. A gente só manda coisa boa, a gente descarta roupa suja, furada, muito rasgada. Aí a gente também faz uns kits de bebês e a gente vai separando por tamanho. Temos muita roupa nova também, tem muita gente de coração bom".

O presidente do CTG, Mário Cavinatto destaca que para viabilizar o transporte dos donativos firmaram parcerias com transportadoras. "Nós temos os parceiros que são as empresas que são de transporte, a Setlog e outros parceiros que se prontificaram em levar esses equipamentos, esses materiais, lá para o Rio Grande. Nós temos um menino que cuida do link com os CTGs e com as cidades lá do Rio Grande do Sul que estavam mais atingidas e eles relatavam o que eles precisavam e pediam para que a gente encaminhasse esses materiais a eles lá no município".

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado de Mato Grosso do Sul (Setlog), Claudio Cavol ofereceu assistência para o CTG com o transporte dos donativos para o Rio Grande do Sul. "O Setlog é uma entidade que sempre atuou junto à comunidade sul-mato-grossense e também do Brasil. Quando nós ficamos sabendo as notícias quase que desesperadas do povo rio-grandense, é claro que nós não podíamos ficar de fora. Fizemos uma reunião de diretoria e achamos e decidimos que a melhor ajuda que nós, como transportadores, poderíamos dar era transportar todas as doações do povo sul-mato-grossense para o Rio Grande do Sul".

De acordo com o diretor da Defesa Civil, Hugo Dvam a instituição disponibiliza pontos de apoio em todo o estado de Mato Grosso do Sul. "Nossos quartéis da Polícia Militar estão funcionando 24 horas no recebimento dos donativos e das doações. Nosso ponto principal é o Albano Franco, tudo que chega lá é feito a triagem e de lá é transportado para o Rio Grande do Sul. Nós contamos com a Fiems, que tem um processo de produção, estabelecer uma sistemática dentro do Albano Franco, do recebimento, a expedição, então a todo momento é verificada a possibilidade de melhoria e agilidade no envio desse material".

Mário Cavinatto receberá doações no CTG até quarta-feira, 29 de maio, no período entre 13h00 às 20h00. "Na quarta-feira, nós vamos mudar a logística e o que for chegando nós vamos fazer um encaminhamento lá para o Albano Franco. Nós vamos unir as forças, vai ter um espaço lá em que o CTG vai contribuir, mas ninguém é melhor que ninguém, todo mundo tem um objetivo só. Nós estamos somando essas forças lá no Albano Franco, o CTG, a Fiems, o Exército, a Aeronáutica, o Corpo de Bombeiros, todo mundo está na logística de fazer essa coisa".

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