VIOLÊNCIA ESCOLAR

Denúncias de violência nas escolas aumentam em Mato Grosso do Sul

A Secretaria de Estado de Educação registrou 143 denúncias de violência nas instituições de ensino do estado de janeiro até outubro deste ano, um aumento de 13,48% em relação a 2022; as principais ocorrências são em creches e berçários

Polyana Barbosa Vera e Reuel Oliveira 19/11/2023 - 15h56
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O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) registrou aumento de 13,48% nos casos de violência nas escolas de Mato Grosso do Sul de janeiro a outubro de 2023. Creches e berçários são os locais com o maior índice de violência nos estabelecimentos de ensino. O estado é o 6º no país com maior percentual em atos de violência com 143 denúncias.

Bullying e tortura psicólogica são as principais ocorrências de violência nas escolas de Mato Grosso do Sul com 658 casos neste ano, número 60% maior que o registrado no mesmo período de 2022. A violência no ambiente escolar ocorre de maneira física, como ameaças, perseguição, roubo e agressão; verbal, como insultos, intimidação e humilhação; socioemocional, como isolamento entre estudantes, difamação ou exclusão . A violência ocorre fora da escola por meio de cyberbullyng, perseguição virtual ou propagação de fotos íntimas.

O documento norteador Violência nas Escolas da Secretaria de Estado de Educação (SED), lançado em 2022, objetiva instrumentalizar a equipe educacional que atua nas escolas para combater a violência entre estudantes da Rede Estadual de Ensino. A diretora da Escola Estadual Coração de Maria, Neiva Maria de Mattos explica que as medidas tomadas pela instuição de ensino em casos de violência entre alunos são instítuidas de acordo com a gravidade das ocorrências. " Existem casos em que o aluno levará uma advertência, por exemplo, quando há insulto, e tem casos mais sérios como bullying, que é crime e vira Boletim de Ocorrência". 

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicou dados do período entre julho e novembro de 2023 pelo Disque 100, que registram um alto índice de casos no período. As ocorrências registradas indicam que crianças e adolescentes são a maior parte do grupo vulnerável a essas agressões, com índice de 74%, seguido de pessoas com deficiência com 14% e mulheres, como professoras e funcionárias. O aumento foi de 37,5% em relação ao ano passado, quando foram registradas 411 violações em instituições de ensino. 

O psicólogo Ariállisson Monteiro dos Santos destaca que o isolamento da criança ou adolescente é um indicativo da existência de algum tipo de problema emocional. Santos destaca que pais e responsáveis pelos alunos também devem ficar atentos a mudanças repentinas de comportamento, como alteração de humor. “ Eles podem apresentar um comportamento diferente que causa estranheza, querem ficar longe dos familiares, evitam brincadeiras com os amigos, preferindo ficar apenas no quarto mexendo no celular”. 

Primeira Notícia · Psicológo Infantil, Ary Monteiro

 A Escola Estadual Coração de Maria realiza campanhas de orientação sobre bullying e atividades que estimulem a socialização dos alunos para equacionar a violência no ambiente de ensino. A diretora Neiva Maria de Mattos destaca que a instituição orienta professores e funcionários sobre as normas do regimento escolar para capacitá-los em casos de agressão entre alunos. “A diretora faz a acolhida que é um bom dia ou boa tarde e uma prece, e os alunos aprendem que aqui não tem espaço para a violência.”. 

A professora Neuza Ribeiro relata que passou por um episódio de violência escolar em sala de aula de um aluno insatisfeito com a nota. “Eu me senti muito insegura em voltar a minha rotina, principalmente em retornar para a escola, por medo de ser vítima novamente de outro aluno. O apoio da coordenação juntamente com a direção me ajudou muito”. 

Primeira Notícia · Neuza Ribeiro, Professora Viíma De Violência Escolar
 
 
 
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