A diarista Lena de Oliveira Ferreira, 52 anos, evita caminhar em frente à construção abandonada, pois encontrou objetos roubados no local. A diarista aguardava por melhorias no asfalto e na segurança pública do bairro São Conrado quando a EMEI fosse concluída. “Um lugar bonito daquele ali, para ser um colégio, e eles [poder público] não estão nem aí. Tem gente roubando e escondendo as coisas lá, está feio, está precisando tomar providências”.
Para a dona de casa Elenir Linhares, 44 anos, a finalização da obra representa uma oportunidade de retornar ao mercado de trabalho. Mãe de uma criança de quatro anos, a dona de casa relata que a construção fica a cerca de 20 metros da sua residência e por estar inacabadada é impedida de matricular sua filha, que está sem vaga na Rede Municipal de Ensino (REME). “O mais importante era abrir para as mães que precisam trabalhar, e tem que pagar alguém [para cuidar dos filhos], e muitas vezes não tem condições. Eu mesma queria colocar ela, para poder arrumar um serviço”.
Previsão de entrega da obra
O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Domingos Sahib Neto declara que a retomada da obra da EMEI localizada no Bairro São Conrado está na fase final de licitação. A obra vai custar aos cofres públicos R$ 2,1 milhões. O prazo de entrega da nova instituição de ensino é de 120 dias, a partir da ordem de serviço, que ainda não tem data definida.
O contrato foi feito por meio de licitação solicitada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), por intermédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep). A empresa vencedora foi a Casa 10 Comércio e Administração de Obras Eireli. O resultado foi publicado no Diário Oficial de Campo Grande em dezembro do ano passado, a empresa segue sem data prevista para início do trabalho.
Disponibilidade de vagas
O secretário municipal de Educação, Lucas Henrique Bitencourt afirma que a lista de espera nas etapas obrigatórias da educação infantil, entre quatro e cinco anos, acabou em 2020. Cerca de oito mil crianças, com idade entre dois e quatro anos, aguardam por uma vaga em lista espera da Rede Municipal de Ensino. “É importante esclarecer que não há déficit de vagas para os alunos das etapas obrigatórias do ensino fundamental da Reme, todos os que solicitam vagas, são prontamente designados para uma unidade escolar, onde a matrícula pode ser efetivada”.
A Semed registrou redução na lista de espera para crianças fora da faixa etária obrigatória de ensino nos últimos cincos anos, após disponibilizar 7.687 vagas na Rede Municipal de Educação. O ano letivo iniciou com 6.404 novas vagas nas EMEIs em 2023. O número representa um aumento de 726 vagas em relação ao ano anterior.
Fachada de EMEI que teve a obra paralisada após rescisão de contrato em 2015 - (Foto: Idaicy Solano)
