A concessionária Solurb cedeu, no último dia 21 de janeiro, espaço para o depósito e triagem dos resíduos de construção civil acumulados em Campo Grande. O Aterro Sanitário Dom Antônio Barbosa 2 foi escolhido para receber as 4.200 caçambas que estão espalhadas pela capital. A decisão da Prefeitura de Campo Grande em mudar o destino dos resíduos é por causa do fechamento de um aterro, no dia 15 de dezembro, que funcionava ilegalmente no bairro Jardim Noroeste.
O acordo da Prefeitura com as empresas de caçamba é válido para o lixo aglomerado até a data da interdição do aterro. As pessoas que gerarem lixo terão que pagar pelo descarte, locação e transporte das caçambas para despejar o lixo em lugares apropriados para estes resíduos. De acordo com assessora de imprensa da Prefeitura, Mayara Sá a Lei n. 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a responsabilidade pelo descarte correto do lixo é do gerador de resíduo. O produtor de lixo deverá escolher uma determinada empresa de caçamba para que seja realizado o transporte do resíduo e o local para o correto descarte.
De acordo com a assessora, para criar um novo aterro destinado aos resíduos de construção é necessário cumprir os procedimentos previstos na legislação para seguir todas as normas de proteção ambiental. Uma das alternativas é implantar Ecopontos, locais onde resíduos recicláveis e de construção civil, com até um metro cubico, podem ser descartados gratuitamente. Outra opção para o descarte são os aterros privados, que devem ser utilizados quando o volume do resíduo da construção ultrapassar o permitido, conforme previsto na legislação.
Atualmente, a Capital possui um aterro particular licenciado para a recepção de entulho da empresa de tratamento de resíduos de construção civil, Campo Grande Engenharia Ambiental (CGEA). Segundo o gerente da CGEA, Ivan Garcia de Oliveira a empresa existe desde 2009, e começou a lucrar após o fechamento do aterro do bairro Jardim Noroeste. “Pela falta de uma legislação municipal que atendesse o setor, os geradores de entulho continuavam jogando o lixo no Jardim Noroeste. Conseguimos a licença para o nosso aterro em 2011, mas efetivamente começamos o trabalho agora, porque antes ninguém estava disposto a pagar, preferiam jogar o lixo de graça no Jardim Noroeste e poluir o meio ambiente”.
O gerente explica que as empresas de caçamba precisam fechar um contrato com a CGEA antes de despejar os resíduos no aterro da empresa. Oliveira diz que o lucro do empreendimento aumentou após a interdição do aterro Jardim Noroeste. O funcionário do aterro da CGEA, Fabiano Santos afirma que o movimento quintuplicou. “Antes aqui vinham três caçambeiros por semana, agora são 15”.