A crise hídrica em Mato Grosso do Sul se agravou no ano de 2021 consequência do baixo índice chuvas no estado. Desde 2018, chove abaixo do esperado, os níveis dos rios e reservatórios de água são insuficientes para atender as demandas dependentes de recursos hídricos. A seca afeta o abastecimento de bacias hidrográficas e coloca em risco a distribuição de energia elétrica.
Segundo Mapeamento do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) Mato Grosso do Sul foi o estado que teve a maior redução de superfície de água, cerca de 57% e uma perda de 789.691 ha (hectare). A superfície hídrica no estado chagava a 1.371.069 ha, em 1985. O último boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB) alerta que a bacia do Rio Paraguai atinge os velores mínimos dos níveis de água.
A estiagem atinge a Bacia do Rio Paraná e a região hidrográfica do Rio Paraguai, localizadas no estado. O ano de 2021 é o terceiro ano consecutivo em que o Pantanal sul-mato-grossense apresenta níveis de cheia abaixo do considerável segundo tema abordado em videoconferência da Sala de Crise do Pantanal, grupo criado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) em 2020, que tem como objetivo propor ações concretas de enfrentamento à seca. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) emitiram alerta válido para o os meses de junho a setembro de 2021 sobre a escassez de água na região.
A edição extra do Diário Oficial da União veiculada em primeiro de junho, publicou a Resolução nº77/2021 da ANA, válida até 30 novembro de 2021. A resolução determina situação crítica de recursos hídricos para a região hidrográfica da Bacia do Rio Paraná. O Grupo Técnico de Assessoramento da Situação da Região Hidrográfica do Paraná, que prevê a participação de representantes da ANA e dos estados da região de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo para acompanhar a situação e prestar subsídio para ações de gestão de recursos hídricos.
O Governo Federal, em 28 de julho deste ano, altera Medida Provisória que determina medidas em relação a otimização do uso dos recursos que geram energia com a força da água durante a atual situação de escassez de água. A professora adjunta na Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Geografia (FAENG) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Synara Broch explica que com a Medida Provisória nº 1.055 o Governo Federal também institui a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética.