Os produtos da feira passaram a ser entregues por meio de delivery desde o encerramento das atividades presenciais. De acordo com Mirian Coura, o atendimento era limitado a 25 clientes e foi uma alternativa para auxiliar os feirantes nas vendas. "Nós tínhamos a produção, tínhamos a diversidade de produtos, mas não tínhamos pernas para organizar as entregas residenciais conforme o esperado. Então tivemos que limitar a venda para um número muito abaixo do que estávamos acostumados a atender. Essa limitação foi a maior dificuldade que tivemos para manter a renda dos nossos produtores, mas conseguimos nos adaptar”. Segundo Mirian Coura, o serviço de entregas deve continuar disponível para um número limitado de clientes com a abertura do espaço para drive-thru.
A feirante Deise Pina escoa sua produção caseira de chipas congeladas por meio da feira agroecológica da UFMS. Deise Pina afirma que sua renda mensal foi reduzida em cerca de 60% devido à suspensão das atividades presenciais do projeto Semente. “Sem a feira não tinha como comercializar as chipas como antes. Só consegui continuar os atendimentos através do delivery, atendendo bem menos clientes”.
O período de pandemia afetou positivamente as vendas do feirante Berlloto do Couto, que utilizou o sistema de entregas para atender aos clientes. Couto trabalha na Feira Agroecológica da UFMS com a comercialização de plantas alimentícias não convencionais (PANCs). “Com a pandemia, as pessoas perceberam que precisamos de um complemento natural, que aumente a imunidade do corpo e melhore sua vida, seu viver. Por isso, muitos passaram a comprar e cultivar PANCs mesmo em vasos dentro de apartamentos”.
Segundo o produtor, a reabertura presencial da Feira é positiva por permitir o contato direto com o cliente. Couto afirma que o projeto é um espaço para conscientização sobre a importância dos alimentos para a saúde. “Estou com as melhores expectativas para esse retorno, com tudo organizado para esse momento. A feira disponibiliza esse espaço bacana tanto para vender o nosso produto quanto para conscientizar a população que é necessário começar a utilizar alimentos mais naturais, mais saudáveis”.
A jornalista Letícia Ávila é frequentadora da Feira Agroecológica da UFMS e costumava comprar pães, legumes e hortaliças. “Gosto de consumir produtos de feira livres por serem orgânicos, por ter menos risco de ter agrotóxico. Além de ajudar os produtores, acho que consumir alimentos e produtos de feiras é também algo positivo por ser uma produção mais caseira”.
Para Letícia Ávila, a reabertura da Feira Agroecológica é vantajosa pela proximidade de casa. “Desde que a feira fechou, passei a comprar só em mercado pela praticidade. Mas como consumidora local, que vive perto da UFMS, a feira é uma opção muito melhor. Acredito que o drive thru será seguro, espero poder retornar como cliente”.
Preparativos do Autocine para reinauguração da Feira Agroecológica da UFMS Foto: Mirian Coura
A coordenadora do projeto Mirian Coura relata que clientes sem veículos também poderão frequentar a feira. “Temos clientes que usam bicicleta, moto, ou que vinham a pé. Como no Autocine temos o acesso para os veículos e no paralelo do Morenão temos os portões de pedestres, estaremos abrindo para todos, respeitando o volume de pessoas no movimento das tendas”.
MERCADO ESCOLA
O projeto Semente e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS inspiraram o desenvolvimento do projeto de extensão ‘Mercado Escola’. O intuito do Mercado Escola é oferecer estrutura para fortalecer a comercialização de pequenos produtores e agricultores e fornecer formação técnica para os participantes do projeto. De acordo com Mirian Coura, “no mercado escola será oferecido produtos diversos com qualidade e, ao mesmo tempo, a Universidade terá ali a oportunidade de desenvolver pesquisa e o fortalecimento dessa produção”.
A coordenadora do projeto explica que atualmente o espaço se encontra em fase de construção e deve ser finalizado até outubro. A Feira Agroecológica deverá ser alocada no Mercado Escola após sua finalização. “Hoje nós podemos afirmar que é um projeto inovador no Brasil, porque não existe hoje nenhuma Universidade que tenha em seu espaço de comercialização, com formação desses produtores, além dessa questão da renda”.