TRÂNSITO

Mortes no trânsito reduzem 15,2% em quatro anos

Dados do GGIT de Campo Grande mostram que em 2014 foram registradas 20 vítimas fatais a menos que em 2011

Bruna Fioroni e Laura Fagundes 5/05/2015 - 17h44
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O número de acidentes de trânsito com vítimas fatais em Campo Grande reduziu 15,2% em quatro anos. A redução é decorrente de uma sequência de campanhas e movimentos em favor da conscientização dos motoristas, chamada Década da Segurança Viária, proclamada pela ONU em 2011. As ações têm como objetivo mobilizar diversos países e diminuir o número de vítimas, por meio do comportamento dos motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres nas vias, além de melhorias na segurança dos veículos, na segurança viária e no atendimento dos serviços de emergência.

Números do Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT) mostram que em 2011 foram registradas 132 vítimas fatais em acidentes de trânsito, em 2012 foram 126, em 2013 foram 116 e em 2014 foram 112 mortes. Dados parciais de 2015 indicam que, no período de janeiro a abril, houve uma redução de 41% comparado ao mesmo período do ano passado. O número de mortes, 36 em 2014, caiu para 21 neste ano. A coordenadora de Análises de Acidentes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Vera Lúcia Matos, explica que a confirmação é feita somente após 90 dias do fim do trimestre. Ainda são feitos levantamentos de internação hospitalar e de declaração de óbito no banco de dados do Ministério da Saúde. "Pode ter vítima que morreu no posto de saúde, pode ter vítima que morreu na ambulância do SAMU que nem chegou até a Santa Casa, pode ter vítima que morreu de alguma internação que não foi na Santa Casa. Então esse é um número parcial."

Vera Matos explica que "o período é de dez anos para que haja uma mudança na cultura. O campo-grandense precisa mudar de atitude no trânsito." A avenida Afonso Pena é uma das vias com maior número de acidentes. No ano passado foram quatro vítimas fatais, morreram um condutor, um passageiro, um motociclista e um pedestre.

Dados fornecidos pela coordenadora Vera Matos indicam que o excesso de velocidade é a maior causa de mortes no trânsito em Campo Grande e 40% das vítimas são jovens de 15 a 25 anos e do sexo masculino. Entre os acidentes com vítimas fatais, 40% dos motoristas não possuem carteira de habilitação e os finais de semana são os dias com mais ocorrências. Vera Matos ainda ressalta que os motociclistas são as principais vítimas fatais do trânsito na Capital. "A moto é um veículo que deixa o condutor mais vulnerável pois tem dois fatores, velocidade e falta de proteção".

Segundo Vera Matos, o consumo de bebida alcoólica também é um fator de risco. "Você pode se envolver em um acidente e estar correto, mas você estava alcoolizado, então está cometendo o crime de dirigir alcoolizado". A bebida alcoólica como a causa de acidentes graves é de difícil identificação. A prioridade é o socorro da vítima e o teste de alcoolemia muitas vezes não é feito. Outro fator que dificulta a identificação, de acordo com a coordenadora, em um acidente é o uso do celular. Para Vera Matos o problema é que "ninguém acha que faz mal nenhum quem usa o celular. Se você perguntar, vão dizer que não atrapalha em nada, que só atender o celular não tira a atenção. Mas estudos comprovam que tiram."

A motorista Simone Müller ressalta o excesso de velocidade como um dos principais problemas do trânsito em Campo Grande. "Ali na Duque de Caxias e na Afonso Pena, quando não é horário de pico eu vejo carros andando a 80, 100 por hora. Eu acho as pessoas muito sem educação, não usam a seta, passam muito em sinal amarelo e fecham cruzamentos." Para a motorista, a impaciência é um dos fatores que mais atrapalha o trânsito.

Movimento Maio Amarelo

O Movimento Maio Amarelo é uma campanha promovida pelo GGIT, formado por 39 órgãos governamentais, e uma mobilização internacional para chamar a atenção para o alto número de vítimas de acidentes de trânsito. Durante o mês de maio, a Agetran, entidade membro do GGIT, realizará diversas palestras e ações educativas.

Funcionários da Agetran promovem o Movimento Maio Amarelo na Capital. (Foto: Bruna Fioroni)
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