Representantes de organizações não governamentais (ONGs) serão incluídos no Programa Estadual de Políticas de Proteção Animal em Mato Grosso do Sul. Tutores e representantes de entidades protetoras de animais podem acessar o SigPet, ferramenta utilizada para cadastrar usuários em serviços e projetos do governo do estado. Carta Aberta protocolada pelos representantes das ONGs evidencia falta de políticas públicas de proteção animal no estado e requer mudanças nos procedimentos.
O SigPet, da Superintendência de Políticas Integradas de Proteção da Vida Animal (Suprova), foi divulgado no Festival Vida Animal MS. O sistema foi criado para que as entidades protetoras que não têm Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) participem das políticas públicas da Superintendência. Os presidentes das ONGs Amemais, Abrigo dos Bichos e Ato de Amor Animal, signatários da carta aberta, questionam a falta de programas e ações efetivas por parte da Suprova.
O presidente da ONG AMEMAIS, de Três Lagoas, e um dos subscritores da carta aberta, Beto Araújo diz que os eventos são ineficientes. “O governo do estado cria uma pasta e a primeira ação dela é uma Cãominhada. Isso vai trazer qual benefício para os animais abandonados ou vítimas de maus tratos que estão na rua? Zero”. De acordo com Araújo são necessárias "ações mais efetivas e práticas para enfrentar o problema dos maus-tratos e abandono de animais".
O coordenador de Acolhimento e Manejo Ético Populacional da Suprova, Samuel Lima defende que os eventos são importantes meios para arrecadar ração animal. O Festival Vida Animal MS reuniu mais de 10 toneladas de alimentos para animais, que foram distribuídos entre 11 entidades de proteção à vida animal do estado. O coordenador cita dois projetos da Suprova, a Caravana da Castração e uma Delgacia Virtual para receber denúncias de maus tratos, ambos sem data marcada para funcionar.
Dados divulgados pela Subsecretaria do Bem-Estar Animal (Subea), apontam que 10.190 animais foram castrados na capital em 2023. De acordo com Lima, a Suprova tem como estimativa promover castração de 21 mil animais. Beto Araújo destaca que a medida é insuficiente, “21 mil não resolveriam nada se fosse só em Campo Grande, e 21 mil em 79 municípios?”.