A Marcha dos Trabalhadores do Campo e da Cidade, que acontece há quatro anos, chegou na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) na segunda feira, 4 de maio. O grupo com cerca de 700 pessoas, segundo a organização, está alojado no ginásio Moreninho. Eles iniciaram a marcha no dia do trabalhador, 1º de maio no distrito de Anhanduí, 30km de Campo Grande. A caminhada tem a participação do Movimento Sem Terra (MST), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (FETAGRI), Movimentos Camponês de Luta Pela Reforma Agrária (MCLRA), grupos sindicais, movimentos indígenas e estudantes.
As principais reivindicações da Marcha são a PEC 2015, que trata, entre outras coisas, da demarcação de terras indígenas,o apoio aos professores do Paraná, cerceados pela PM durante protesto da categoria que está em greve desde 27 de abril, e contra os projetos de lei da terceirização e redução da maioridade penal.
O estudante de biologia, José Elias, 21, faz parte do Coletivo RUA - Juventude Anticapitalista, presente na marcha, destacou a importância do apoio da juventude e da unificação dos movimentos sociais para o fortalecimento das reivindicações.
Na UFMS, o grupo realizou debates e espaços de formação política, que também ocorreram durante os quatro dias de marcha.
A Marcha foi até a praça Ary Coelho, região central de Campo Grande, na terça, dia 5, onde representantes sindicais falaram sobre os direitos do trabalhador. Os participantes voltaram à UFMS, onde permanecem até que o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari Pinheiro, compareça para ouvir as reivindicações. Segundo o diretor do MST em Mato Grosso do Sul, Jonas Carlos da Conceição, “hoje o MS tem em torno de 17 mil famílias assentadas, morando nas margens da rodovia, em barracos de lona. Pedimos providencias do Governo Federal em relação à infraestrutura e definição de recursos para tratar dessa questão”.
Segundo Conceição, está prevista uma paralisação nacional para o próximo dia 29, organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), contra a PL 4330. “Se a gente não resolver nossas questões aqui no Estado, a gente não vê problema nenhum em marchar até Brasília, pois pra quem enfrentou uma marcha com chuva e sol escaldante, não custa nada a gente chegar até lá, porque não da pra passar por tudo isso, e não obter nenhuma conquista".