Motoristas do transporte coletivo de Campo Grande paralisaram o serviço na manhã do último dia seis, no período de saída dos ônibus das empresas, entre 4h40 e 6h00, para protestar por melhores condições de trabalho e aumento de salário. Das quatro garagens compartilhadas do Consórcio Guaicurus, duas ficaram fechadas por ordem do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU).
De acordo com o diretor financeiro da STTCU, Willian Alves da Silva o sindicato decidiu pela paralisação ao verificar, no dia de pagamento dos salários, que o reajuste salarial de 8,5%, acordado em reunião no dia 16 de novembro e com validade para o dia 18 do mesmo mês, não foi realizado.
O assessor de imprensa do Consórcio Guaicurus, Edir Viegas explica que o ajuste salarial dos funcionários não ocorreu porque estava relacionado ao aumento de 8,6% do valor da tarifa, autorizado pelo prefeito Alcides Bernal (PP). O valor da passagem do transporte coletivo chegaria a R$ 3,53 e no mesmo dia, o Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso do Sul (TCE/MS) vetou o aumento e, segundo o assessor, cancelou o reajuste salarial previsto.
De acordo com Viegas, durante as negociações ficou estabelecido que os funcionários do transporte coletivo da capital receberiam o reajuste salarial assim que aprovado o novo valor da tarifa do transporte.
Segundo um motorista do Consórcio Guaicurus, que preferiu não ser identificado, há muita pressão por parte do sindicato para se aderir as paralisações. "Nós não escolhemos pela greve, eles [o sindicato] fecharam as garagens e não deixaram os ônibus saírem".
O estudante Luan Augusto Silva afirma que a paralisação prejudicou muitos passageiros que acordam cedo para chegar em seus compromissos. "Acabei chegando meia hora atrasado na escola e os ônibus estavam extremamente lotados".