SEGURANÇA PÚBLICA

Mato Grosso do Sul é vice líder no número de estupros e assassinatos

Estatísticas de violência e segurança pública são do ano de 2013

Raul Delvizio18/11/2014 - 17h05
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Mato Grosso do Sul possui a segunda maior taxa de estupros e assassinatos do país contra indígenas, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014. A oitava edição do documento foi divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em novembro e apresenta estatísticas de violência e segurança pública no ano de 2013.

Em números, o estado teve 1.263 casos de estupro. A cada 100 mil habitantes, 48,7 são vítimas desse crime. No Brasil, o número ficou em 50.320 casos em 2013 – 96 registros a mais do que 2012. Ainda conforme o Anuário, apenas 35% das vítimas de estupro costumam relatar o crime à polícia, o que indicaria um registro maior do que o apontado.

Com relação à mortes de indígenas, a cada 100 mil habitantes 5,8% são de Mato Grosso do Sul. O estado fica atrás apenas de Roraima, que possui a maior taxa do país, de 26,7%. No ano passado, foram 36 assassinatos por agressão no estado contra 55 em Roraima.



Ainda de acordo com o relatório, mais de 500 pessoas são assassinadas por ano no estado. O Anuário apresentou o registro de 521 homicídios dolosos – quando há intenção de matar – em 2013, contra 568 em 2012.

As informações do Anuário foram obtidas por meio dos números divulgados pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp). Os dados correspondem ao volume de ocorrências policiais registradas, e não necessariamente o número de vítimas envolvidas.

Posição desfavorável

Mato Grosso do Sul ocupa o quarto lugar no ranking nacional de tráfico e uso de drogas, e também em mortes de mulheres por agressão. O estado é o sexto em lesão corporal seguido de morte, mortes a esclarecer e tentativa de estupro. O Estado é o sétimo com mais ocorrências de latrocínio, homicídios culposos, posse de arma de fogo e mortes acidentais no trânsito.

Para o agente da Polícia Federal de MS André Salineiro, esses dados representam o quanto as políticas de segurança pública precisam se enquadrar a realidade. “Essas políticas no Brasil estão fracassadas. Para se ter uma ideia, o estado recebeu um aumento de 9% na verba de segurança. Mas isto só comprova o quanto esse dinheiro foi mal empregado”.

Salineiro, que é autor do livro “Gestão Estratégica em Segurança Pública”, afirma que é necessário se preocupar, primeiramente, com as causas mediatas da violência, o que ele intitula de quadrilátero criminológico. “É necessário diminuir os fatores de risco, fazendo com que os ambientes não sejam propícios para crimes, utilizando uma política preventiva nas possíveis vítimas e atuando em cima dos possíveis criminosos ou reincidentes”.



O agente ainda comentou sobre a questão da impunidade no sistema penal brasileiro. “Atuar em cima do criminoso é não deixar ele sair impune. E entramos numa questão complicada, que é a alteração da legislação e das normas que regem a segurança pública, que deve ser revista urgentemente. A população não deve implorar por paz e sim exigir leis”.

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