A partir do dia 1º de dezembro, quem deseja adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B, deve se preparar para pagar mais caro. Passa a valer a obrigatoriedade do uso do Simulador de Direção Veicular, que deve aumentar o preço da habilitação em cerca de 25% em Campo Grande, de acordo com as autoescolas. O Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado de Mato Grosso do Sul (SINDCFC/MS) afirma que aparelho não pode ser justificativa para aumento de preços da habilitação
O aparelho que reproduz a direção veicular para o aluno foi estabelecido como elemento obrigatório pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), em julho deste ano. O Conselho determinou que até 31 de dezembro, os Centros de Formação de Condutores (CFCs) do Brasil regularizassem a situação. O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS) publicou portaria no Diário Oficial do Estado a antecipação da obrigatoriedade do uso dos aparelhos no Estado, para 1º de dezembro.
Os proprietários das autoescolas são contrários a obrigatoriedade do uso dos simuladores, afirmam que os clientes poderão pagar até R$ 500 a mais na aquisição da primeira habilitação.
Conforme o gerente da autoescola Mônaco, Jairo Ricci, a situação não favorece o aluno ou a empresa, pois com a elevação dos preços, deve ocorrer uma queda no fluxo de clientes. “O aparelho só provoca o encarecimento do serviço, sem benefício, porque não há uma pesquisa que prove que é eficaz. Em dezembro a CNH aqui deve custar até R$500 a mais, em razão do simulador e nós já estamos prevendo queda de 20% da clientela para o próximo mês”.
Ricci defende que o aluno deve aprender com a prática no veículo, pois a simulação pode trazer uma falsa segurança para a pessoa. “No videogame é tudo muito fácil, mas enfrentar o dia-a-dia na rua é complicado”.
Segundo presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores, Wagner Prado, a capital contará com 12 simuladores para atender 49 CFCs. Os aparelhos são alugados em São Paulo, por um valor aproximado de R$ 40 mil cada. Ao total, cerca de R$ 3 milhões foram investidos.
De acordo com Ricci, "o valor do aluguel será repassados para as auto-escolas e a quem busca a CNH, ou seja, a obtenção do documento fica ainda mais cara”. O presidente do Sindicato garante que os simuladores não devem encarecer as CNHs no Estado e caso isso aconteça, é de responsabilidade dos CFCs que encarecem outros serviços. "Eu não posso proibir um aumento caso eles resolvam encarecer o serviço, porque não há uma tabela de preços, mas as aulas no aparelho são mais baratas que em um automóvel, então não deve encarecer o serviço".