TRANSPORTE COLETIVO

Justiça impede novo aumento na tarifa de ônibus de Campo Grande

Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul suspende pedido do Consórcio Guaicurus por reajuste das tarifas de ônibus de R$5,95 para R$7,79, usuários dos transportes coletivos criticam aumento e condições precárias dos ônibus oferecidos pela empresa

Gabriel Issagawa, Júlia Barreto, Rafaela Teodoro, Reuel Oliveira 23/09/2024 - 19h28
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A tarifa do transporte público de Campo Grande atingiu seu maior patamar histórico, com um aumento de R$4,65 para R$4,75 no primeiro semestre de 2024. O preço da tarifa subiu 7,95% nos últimos três anos. Os usuários reclamam do pedido de novo reajuste, devido as péssimas condições do transporte e a necessidade de melhorias no serviço oferecido.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) suspendeu a ação judicial movida pelo Consórcio Guaicurus, no dia 10 de setembro, que requeria o novo aumento dos subsídios recebidos da Prefeitura Municipal. A decisão da Justiça manteve o valor cobrado nas tarifas devido a ausência de justificativas que comprovasse a necessidade do aumento do subsídio. O Processo requeria o reajuste no preço da tarifa técnica homologado pela Portaria Agereg 21, pagos pela prefeitura, que passaria de R$5,95 para R$7,79.

O acordo afirmado entre a prefeitura e o Consórcio Guaicurus foi assinado em 2012 na gestão do ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad (PSD), com vigência de 20 anos. A tarifa aumentou 13 vezes, entre 2012 e 2024 desde a assinatura do acordo. O menor valor registrado foi R$2,70, em 2013, e o maior valor registrado, em 2024, de R$ 4,75.

A acadêmica do curso de Direito da Uniderp, Gabrielly Flores interrompeu o estágio por causa do preço da passagem de ônibus. "Eram 200 reais gastos por mês só de passe. Onde eu trabalhava, não havia ligação de um ônibus para outro, então eu pagava dois passes por dia. Com esse aumento da tarifa, na maioria das vezes, prefiro pegar outras alternativas de transporte. Além de ter mais chance de estar segura, eu chego mais rápido". 

PRIMEIRA NOTÍCIA · Estudante do Curso de Direito Gabrielly Flores comenta sobre a infraestrutura do transporte público

O vereador e presidente da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana,  André Luiz explica que a quantidade de usuários do transporte coletivo diminuiu nos últimos 16 anos. O vereador comenta que o déficit de passageiros gerou um desequilíbrio financeiro para o Consorcio Guaicurus, que requereu o aumento do subsídio para suprir os gastos gerados pela empresa. "Nós temos corredores de ônibus em instalação, vias expressas, mas não temos ônibus. Precisamos de políticas públicas para o transporte coletivo, com ações coordenadas para dirimir o problema dos usuários".

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