ASSISTÊNCIA SOCIAL

Procura para atualização do Cadastro Único cresce 60% em Campo Grande

As famílias em situação de miséria ou extrema miséria de Campo Grande devem realizar o recadastramento na Secretaria de Assistência Social para manter os benefícios sociais promovidos pelo Governo Federal

Ayanne Gladstone, Beatriz Saltão, Débora Oliveira, Roberta Martins 16/11/2021 - 14h38
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A Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) registrou um aumento de 60,53% na procura pelo recadastramento do Cadastro Único (CadÚnico) por famílias que perderão o benefício social por desatualização de dados. Cerca de 400 mil pessoas em Campo Grande estão inscritas no Cadastro Único e constituem 140 famílias. O número de recadastros em 2020 atingiu 83,07% e em 2021 esse número caiu para 60,51%, o que representa uma média de 65 mil famílias com o cadastro desatualizado. 

A Prefeitura Municipal de Campo Grande lançou a campanha “Não Perca Seu Benefício” para incentivar a utilização do Cadastro Único e realizar a busca ativa às famílias inscritas para a renovação dos dados cadastrados. A campanha percorrerá sete regiões da capital para que a prefeitura faça um mapeamento e amplie as políticas de assistência social. As setes regiões de Campo Grande são o Centro, Segredo, Prosa, Bandeira, Anhanduizinho, Lagoa e Imbirussu

O Cadastro Único é um sistema criado pelo Governo Federal em 2003 que reúne informações sobre as famílias brasileiras de baixa renda para a implementação de políticas públicas que promovam melhorias na renda mensal. As famílias são incluídas em programas federais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e a Tarifa Social de Energia Elétrica com o registro de informações sobre escolaridade, características do domicílio, renda trabalhista e identificação de cada membro familiar. O funcionamento do Cadastro Único é compartilhado entre o governo, estados, municípios e o Distrito Federal.

A gerente da Central do Cadastro Único de Campo Grande, Viviane Brandão explica que o número de atualização cadastral caiu durante a pandemia de Covid-19 e que as famílias se atentem à perda dos benefícios sociais estabelecidos pelo Governo Federal, caso deixem de realizar a atualização. Ela ressalta que Campo Grande possui cerca de 32 mil famílias beneficiárias do programa Bolsa Família que precisam do cadastramento para participar do Auxílio Brasil, novo programa social que substituirá o Bolsa Família. O programa começará a ser pago no dia 17 de novembro com um benefício médio de R$ 217,00 por família e condições regulamentadas pelo decreto nº 10.852, publicado no dia oito de novembro. 

De acordo com a gerente, os cadastros feitos em 2020 desobrigam um novo recadastro em 2021. A atualização deve ser feita a cada dois anos ou quando houver alguma alteração na família. “Conforme a legislação, nós estamos solicitando que a família apresente todos os documentos pessoais originais. O RG, o CPF e a carteira de trabalho. Quem trabalha com carteira assinada deve apresentar um comprovante de renda, uma conta de luz. E, quando houver criança, certidão de nascimento ou de casamento quando houver a união na família”.

A ilustradora Arianne de Lima fez o Cadastro Único em 2019 para ter acesso à Identidade Jovem (ID Jovem) e realizar viagens para outros estados. A ilustradora comenta que os clientes diminuíram após a pandemia, o que impossibilitou que sua renda mensal, uma média de dois salários mínimos, passasse de mil reais. Ela explica que conseguiu se inscrever no programa Auxílio Emergencial com o Cadastro Único. “A pandemia desestabilizou economicamente quem já não tinha acesso a uma boa renda mensal. Eu precisei procurar alternativas para continuar pagando as contas, o aluguel e o mercado, mesmo que a minha condição seja a de trabalhadora autônoma, sem carteira assinada. O Cadastro Único nos dá essa possibilidade de melhora econômica, mesmo que não seja muito e ainda tenha falhas. É importante que agora em 2021 as famílias busquem por esse recadastramento como uma maneira de preservar seus próprios direitos”. 

Primeira Notícia · Arianne de Lima descreve quais políticas sociais teve acesso com o CadÚnico durante a pandemia

A confeiteira Maria Aparecida Bezerra é mãe de quatro filhos e não atualiza o cadastro há mais de cinco anos. Ela afirma que utiliza o Cadastro Único para que sua família tenha acesso ao Número de Identificação Social (NIS). Maria Aparecida Bezerra acredita que o recadastramento seja uma forma do Governo reconhecer e reverter a situação econômica das famílias brasileiras. “Eu vejo o Cadastro Único como uma boa opção para o governo conseguir identificar a renda de uma residência, no caso a quantidade de pessoas e o ganho daquela casa. Eu entendo dessa forma”.

Maria José dos Santos, 73 anos, foi atendida na última sexta-feira (12) na Central do Cadastro Único, localizada na Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS). Ela realizou o recadastro em 2021 para continuar com o acesso à Carteira da Pessoa Idosa para o transporte interestadual, porque deixou de fazer a atualização em 2020 por causa da pandemia. Maria José dos Santos afirma que o Cadastro Único é essencial para a garantia dos direitos à pessoa idosa. “Para mim é um direito que me foi dado após a minha aposentadoria, por isso faço questão de fazer o recadastro”.  

Serviço 

Os inscritos devem procurar o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) para o recadastramento que ocorre de forma presencial. O prazo para o recadastro termina em janeiro de 2022, realizado em um dos 21 centros de assistência social e seis centros de convivência de Campo Grande. O horário de atendimento nas unidades de assistência social é das 7h00 às 11h00 e das 13h00 às 17h00. 

A Central do Cadastro Único, na SAS, está localizada na Rua dos Barbosas, nº 321 - Bairro Amambaí, com horário de funcionamento das 7h30 às 11h00 e das 13h00 às 17h30. 

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