O setor que reúne profissionais de estética e embelezamento em Campo Grande voltou a funcionar após Decreto Municipal Nº 14.763 determinar que o município deve adotar regramentos da classificação de bandeira vermelha. O Programa de Saúde e Segurança na Economia (PROSSEGUIR) classifica as atividades econômicas de cabeleireiro, barbearia, salões de beleza e afins como não-essenciais de médio risco. A resolução N. 39 da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano estabelece que clínicas de estética e salões de beleza devem seguir condições sanitárias específicas de agendamento de horário e atendimento individual.
Pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso do Sul (Sebrae/MS), Federação do Comércio do Estado do Mato Grosso do Sul (FECOMÉRCIO) e Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPF/MS), 67% dos estabelecimentos de beleza tiveram variação de um a dois colaboradores e 33% de três a nove colaboradores em decorrência da pandemia. Pesquisa realizada pelo IPF/MS aponta que para 22% das pessoas notou-se a falta de salões de beleza durante o período de maior restrição do atendimento presencial em Campo Grande no mês de março de 2021. A resolução conjunta N. 01 de nove de abril de 2020 entre o secretário Municipal de Saúde e o secretário Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana autorizou o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica durante a pandemia com um plano de diretrizes específico.
O plano de biossegurança específico determina que é negada a permanência de clientes no local fora do seu horário de atendimento. O estabelecimento pode funcionar com 30% da capacidade normal, agendamentos de horário, atendimento individual e acompanhantes somente quando indispensável. Manter uma distância mínima de dois metros entre postos de trabalho, cadeiras e/ou macas de atendimento. O local deve possuir cartazes sobre a transmissão e prevenção a Covid-19 em tamanho visíveis no salão de atendimento e salas reservadas.
A esteticista Giovana Risalde trabalhava em um salão de beleza pelo modelo de parceria em 2020. O modelo de parceria é regulamentado pela Lei 12.592/12 e consiste em um contrato entre o profissional da beleza e o salão de beleza, com obrigações e direitos de ambos. Ela explica que no início da pandemia a procura pelos seus serviços diminuíram. “Logo que fechou tudo foi bem difícil voltar a atender, porque o pessoal estava com muito medo, muito assustado. Pois estava tudo fechado, acho que isso influenciou também a não procurarem muita coisa, porque em geral as pessoas se arrumam para sair”.
Giovana Risalde começou seu próprio negócio em 2021 e afirma que precisou do auxílio emergencial no início da pandemia. "Eu precisei do auxílio no começo, pois ficou muito parado, se não fosse o auxílio eu não ia pagar minhas contas e demorou para as clientes retornarem”. Ela relata que seu estabelecimento atende todas as medidas de biossegurança. “Todos os protocolos certinhos, higienizar tudo entre uma cliente e outra, passar bastante álcool nas coisas, limpar com mais frequência. Os materiais são descartáveis, o que não é descartável, é esterilizado na estufa, tudo certinho. Uma coisa que notei bastante conforme os decretos que fecham e abrem, comércios, restaurantes, é que quando está aberto a procura é maior e quando está fechado a procura cai bastante. Diminui muito a procura de clientes, menos da metade estão vindo agora”.
De acordo com a depiladora Giselle Maciel a higienização do seu salão é feita entre os atendimentos de cada cliente e segue as normas de prevenção a Covid-19, com espaços na agenda de um atendimento para outro e distanciamento social. Ela comenta que alguns clientes descumprem os protocolos de biossegurança que o salão determina. “Algumas ficam meio relutantes, não aceitam usar máscara, mas com jeitinho consigo convencê-las a usar”.
A maquiadora Mayume Sakata afirma que seus atendimentos no período pandêmico diminuíram. “Eu tinha um fluxo bem maior de clientela e com a pandemia as clientes ficaram com receio de sair de casa. E como eu trabalho em dois empregos, trabalho durante o dia fazendo serviço administrativo no escritório e depois do expediente atendia minhas clientes. Às vezes atendia todos os dias depois do expediente, hoje eu atendo duas clientes durante a semana”.
Mayume Sakata fala que as clientes tiram a máscara nos atendimentos como maquiagem e depilação. “As minhas clientes usam máscara, mas como eu trato da área do rosto, a minha estética é fácil, então eu faço sobrancelha, buço e maquiagem. Eu fico sempre coberta com luvas e a minha cliente quando necessário tira a máscara. Mas se protegendo. Sendo uma cliente por vez com hora marcada, então não aglomera, a cliente não tem risco de ficar sem a máscara”.
A manicure Thayana da Conceição afirma que foram necessárias algumas adaptações em decorrência da pandemia. “Meu atendimento ao cliente diminuiu bastante agora na pandemia. Eu recomendo vir de máscara, atendo um por vez e com o ambiente todo aberto com bastante ventilação. Antigamente, não precisava, podia ser todo fechado o ambiente que não tinha problema. Tem que evitar ar condicionado também, porque não pode ficar com ambiente fechado, higienizar bastante as mãos quando o cliente chega com água e sabão, e ainda passo álcool em gel. E manter um distanciamento não tem muito como, porque se não, não dá para fazer os procedimentos. Mas a gente evita ao máximo contato e ficar conversando muito”.
A diretora escolar, Ana Paula Baglioto voltou a frequentar salões de beleza em maio de 2020, os serviços mais procurados por ela incluem manicure, pedicure e depilação. Ela relata que segue as normas de biossegurança e observa se o estabelecimento acompanha as medidas. “Uso de máscara, sempre. A confirmação da limpeza com álcool, de onde irei sentar, e no caso da depilação, deitar. Sempre me atentei se o lugar cumpre os protocolos de biossegurança, inclusive quanto ao quantitativo de pessoas no local”.