CRIMES CONTRA PATRIMÔNIO

Registros de crimes contra o patrimônio diminuíram em 29% em Campo Grande

As reduções nos crimes na capital ocorreram devido ao maior policiamento nas ruas, a reestruturação da delegacia especializada em roubos e furtos e a aproximação com a comunidade

Beatriz Saltão e Roberta Martins 2/04/2024 - 14h28
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Os registros de crimes contra o patrimônio apresentaram uma diminuição de 29% nos meses de janeiro a março de 2024 em Campo Grande. A diminuição ocorreu devido ao policiamento preventivo e ostensivo da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e a reestruturação e aparelhamento da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf). A presença das viaturas nas comunidades também é uma medida que reduziu os crimes na capital.

O policiamento comunitário e a instalação do Programa Obtenção de Capacidade Operacional (Ocop) também foram fatores para a redução nos registros de crimes contra o patrimônio. A Polícia Militar implantou o Programa Ocop em julho de 2021 que possibilita o monitoramento em tempo real das viaturas e permite uma resposta mais rápida aos chamados do 190. O policiamento comunitário é uma abordagem em que os policiais interagem com a comunidade local para prevenir o crime.

O Código Penal, Lei n.º 2.848 caracteriza os crimes contra o patrimônio como furto, roubo, extorsão, usurpação, danos a bens alheios, apropriação indébita, estelionato e outras fraudes e receptação. Os maiores índices de redução foram com os crimes de roubo (-32,48%), furto (-24,89%), estelionato (-16,31%) e furto de veículos (-12,57%). O número total de casos diminuiu em 2.438 e representa uma redução de 29,89%.

Dados de crimes contra o patrimônio

De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), Fábio Brandalise a redução nos índices dos crimes de roubos e furtos aconteceu devido ao trabalho ostensivo dos policiais. "Há a presença de policiais motivados e com alto índice vocacional, todos comprometidos em ajudar a sociedade, aliado ao contínuo e necessário investimento e aparelhamento da unidade, sempre em integração com outras unidades da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana". Brandalise também destaca que o aparelhamento da Derf contribuiu para essa diminuição. “Conseguimos monitorar diariamente os registros de delitos na Capital, utilizando a análise criminal como estratégia na repressão aos delitos, sempre demonstrando ao Poder Judiciário a necessidade de manter presos aqueles indivíduos perigosos e contumazes na prática de roubos e furtos”.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Parati/Piratininga e região, Irwing Ferreira destaca que o bairro tem policiamento comunitário. "O policial está muito próximo da população, ele está próximo do comerciante. Isso faz com que quem esteja ali tentando fazer alguma coisa de mal, ele começa a ver o policial muito próximo do comerciante, ele fazendo uma parada ali na frente daquele comércio, na frente daquela farmácia e isso eu vejo que espanta realmente a 'bandidagem'". 

A moradora do bairro Cabreúva, Simone Galassi afirma que os policiais patrulham as avenidas e se mantêm distantes dos bairros. "O Cabreúva é uma região de casas mais antigas que não tem uma estrutura que permite tanta segurança. É uma região com bastante árvores, então tem muitos pontos escuros das ruas. Eventualmente, até acontece de queimar algum poste e tal. Então, o policiamento está até existindo, mas é em pontos que se possa mostrar que está existindo, passam numa avenida movimentada, passam numa Orla, onde o pessoal se reúne, onde tem comércio e tal. Passam ali na região central, central mesmo, agora no bairro que se lasque".

O soldado Juliano Soares destaca que a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul determina os locais estratégicos para patrulhamento por meio de estudos das regiões de Campo Grande. “É feito todo um planejamento, um levantamento dos índices. A gente pega aquela região que tem mais pontos críticos de delitos cometidos e ali a gente intensifica o policiamento por meio de rondas e abordagens de indivíduos, para fazer com que aquela região de ponto crítico tenha uma diminuição nos índices de delitos cometidos”.

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Simone Gallassi destaca que a polícia deve começar a patrulhar os bairros, além das avenidas. "Também começar a ter ações de acolhimento a essas pessoas que ficam pela região central, dependentes químicos, moradores de rua. Essas pessoas, às vezes, veem no entorno delas oportunidades fáceis de conseguir coisas. Elas têm uma dependência química, pensam "pô, a rua ali está escura, vou entrar, pegar uma TV, vendo e pronto. Meu vício está garantido mais uma semana". Enquanto que se elas fossem tratadas, até o policiamento não seria tão necessário".

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De acordo com Irwing Ferreira, Campo Grande possui um Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (CETREMI), onde a população de rua pode morar por um período até se restabelecerem. "Porque nós temos um problema que não é só segurança pública, é um problema de saúde pública e um problema social. O problema social vai acarretando a saúde e depois estoura na segurança pública. Ele é um morador de rua porque ele é viciado e dentro do seio familiar ele não foi mais acolhido. Então, assim, é muito delicado porque envolve vários fatores".

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