CIDADE

Mato Grosso do Sul terá a segunda Casa da Mulher Brasileira

A casa será construída ao lado da reserva indígena Bororó, na cidade de Dourados, e a construção está prevista para ter início em 2022

Beatriz Rieger, Bruna Querino e Isabella Mota13/10/2021 - 16h06
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A prefeitura de Dourados em parceria com o Ministério da Mulher construirá em Dourados a segunda Casa da Mulher Brasileira (CMB) de Mato Grosso do Sul. A construção está prevista para iniciar no próximo ano e ficará localizada ao lado da reserva indígena Bororó. O serviço de atendimento às mulheres em situação de violência facilitará a busca por ajuda de meninas e mulheres indígenas. 

Mato Grosso do Sul será o único estado da Federação a ter duas unidades da Casa da Mulher. A cidade de Dourados foi escolhida por ser o segundo maior município do estado e ter altos índices de violência contra a mulher, especialmente as indígenas. As vítimas de violência serão acompanhadas por meio de visitas domiciliares e monitoramento dentro e fora da aldeia.


Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande (Foto: Beatriz Rieger)

Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande (Foto: Beatriz Rieger)

De acordo com o Anuário da Segurança Pública publicado em 2021, Mato Grosso do Sul é o estado com o maior número de lesão corporal em mulheres, com 68,9%, o que equivale a 28,6% da média do país. A deputada Federal Rose Modesto (PSDB) explica que a expectativa é que a CMB esteja pronta em 2022. "Estão sendo organizadas as emendas agora de outubro, as quais direcionam-se a esse objetivo, junto ao ministério da mulher. As emendas são executadas no ano seguinte, é então até o ano de 2022 a previsão para a construção. O prefeito já organizou a doação do terreno”.

Primeira Notícia · Dep. Federal Rose Modesto (PSDB)

A indígena Raissa da Silva Cabreira, de 11 anos, foi forçada a ingerir bebida alcoólica na comunidade Bororó onde morava, em Dourados. Ela foi estuprada e assassinada por cinco homens, entre eles, o seu tio. A deputada Federal Rose Modesto afirmou que o caso da menina influênciou na decisão da escolha da nova CMB ao lado da comunidade, e garantiu a destinação de verbas para a construção desta unidade, o que facilitará o acesso de muitas mulheres indígenas ao serviço de proteção e combate a violência. 

A dona de casa Priscila* (nome fictício) precisou de acompanhamento psicossocial para mulheres vítimas de violência doméstica em agosto de 2019, após ser agredida por seu ex-marido. Ela foi acolhida pela Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, recebeu apoio médico, psicológico e abrigo seguro. Para a psicóloga Marluce Bueno, "a CMB tem a função de acolher e oferecer novas perspectivas para as mulheres em situação de violência. Assim como o atendimento humanizado, visa-se sempre empoderar as mulheres, ampará-las e promover novas condições de vida social, alcançando assim a independência financeira e emocional delas".

Primeira Notícia · Psicóloga Marluce Bueno

Redes de apoio foram implementadas às mulheres das aldeias Bororó e Jaguapiru, parceria da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres com as polícias Civil e Militar, e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres de Mato Grosso do Sul, Luciana Azambuja afirma que "ações são fundamentais para garantir mais segurança às mulheres e são feitas por meio de redes de apoio. Nestas redes ocorrem rodas de conversa para informar as meninas e mulheres indígenas sobre seus direitos e incluem ações de cidadania mensais". 

 

 

Primeira Notícia · Subsecretária da Mulher, Luciana Azambuja
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