O Sindicato dos Músicos, Autores e Técnicos de Mato Grosso do Sul, o Simatec/MS, criado no início de 2014 por representantes da classe de Campo Grande, sem sede física, ainda aguarda resposta do Ministério do Trabalho para entrar em funcionamento. De acordo com o presidente do Simatec/MS, Beko Santanegra, o objetivo do sindicato é amparar, buscar melhorias nos cachês e profissionalizar o ofício de músico.
O cadastramento é feito online por meio de uma rede social, Facebook. Para Santanegra, a criação do sindicato foi um processo demorado, “estamos engatinhando, há muito para ser melhorado. Não temos sede física ainda, apesar de já termos CNPJ ativo. Estamos no aguardo da resposta do Ministério do Trabalho com nosso código sindical para emitirmos todos os documentos necessários aos músicos inscritos e finalizarmos a parte burocrática”.
Para o presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais, Ângelo Arruda, a criação do sindicato é importante para regularizar a profissão, que está entre as categorias mais atuantes na cultura do Estado.
O músico e professor Maurício Kemp, natural de São Paulo e músico profissional há 29 anos, mora em Campo Grande desde 2006 e afirma que as dificuldades em se sustentar através da música no Brasil são muitas. “Se o cara quiser viver de música no Brasil e tiver família pra sustentar, só tocar é bem difícil. Eu também dou aulas e conserto instrumentos”.
Kemp acredita que o sindicato tem o papel de auxiliar a classe musical, mas que o mais importante é a postura dos músicos. “Nunca fui filiado a nenhum sindicato, nem aqui, nem em São Paulo. Só que lá (em São Paulo) os próprios músicos se cobravam. O valor dos shows era meio que tabelado, então, se o contratante escolhia determinada banda era por gosto e não por ser mais barata. Sempre tinha alguém na banda que era responsável por levar contrato e receber cachê. Aqui, eu já cansei de tocar sem contrato".
Para o músico, Campo Grande ainda apresenta sinais de retrocesso se comparada aos grandes centros. “Primeiro é a pontualidade: lá você marca 22hs, todo mundo chega até no máximo 21h30. Aqui, não, ninguém chega na hora. Outra coisa são os contratantes. A primeira vez que ouvi falar em ‘quebra de cachê’ foi aqui. Aquele papo de ‘não teve muito movimento, podemos pagar metade?’ Eu não fiz metade do meu trabalho".
A cantora Bianca Bacha fala sobre como viver de música em Campo Grande: