Usuários do transporte público de Campo Grande afirmam que os terminais de ônibus da cidade estão em situação precária devido à falta de cobertura apropriada, pichações e banheiros sujos. A cidade possui a quinta tarifa de transporte coletivo urbano mais cara entre as capitais do Brasil e, para eles, o alto preço não faz jus à qualidade do serviço e dos terminais. No dia 22 de dezembro, a tarifa de linhas convencionais aumentou de R$3,25 para R$3,55.
Falta de fraldário prejudica mães e pais (foto: Gabriela Zaleski)
Para a estudante Fabiana Dias, que utiliza os terminais para levar a filha Eloá, de dois meses, às consultas médicas e vacinação, o problema com os banheiros é ainda maior devido a falta de limpeza apropriada e acessibilidade. "Sem fraldários, é uma tarefa difícil trocar as fraldas do bebê ou preparar uma mamadeira". Outro fator é a ausência de cobertura adequada nos terminais para os dias de chuva. "Se está chovendo, ninguém consegue escapar da água. Todo mundo se molha".
A faxineira Simone Gonçalves utiliza diariamente o Terminal Júlio de Castilho e afirma que o maior problema do local são os banheiros. "Não tem limpeza nenhuma, não tem papel higiênico, as portas não tem trinco e o cheiro é insuportável".
Outra queixa frequente dos usuários dos terminais é em relação ao atraso nos horários dos ônibus. O pedreiro Éric Pereira e o ajudante de serviços gerais Robert Pereira dizem que é impossível saber o horário que os ônibus passam pelo Terminal. Segundo o pedreiro, os horários dos ônibus não são regulares. "Cada dia, um passa em uma hora diferente e acaba atrasando a gente, perdemos hora no serviço. Devia ter um horário fixo". O ajudante de serviços gerais afirma que o Terminal Júlio de Castilho é o mais organizado de todos. "A gente passa por muitos terminais e aqui é o mais limpo e organizado. Deviam seguir como exemplo".
Segundo a assessora de imprensa da Prefeitura Municipal de Campo Grande Mayara Sá, os terminais são de responsabilidade do município e existem planos para a melhoria dos locais. “É de responsabilidade do município, especificamente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), o controle da operação dos terminais e da manutenção e conservação, incluindo limpeza, água e luz, por exemplo. Há planos para melhorar os terminais, com reforma e também adequações às normas de acessibilidade e segurança e a criação de novos terminais em regiões mais populosas, como nas avenidas Gury Marques, Dom Antônio Barbosa e Ministro João Arinos".