Na Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa) diariamente são descartadas 24 mil toneladas de alimentos. Ao todo, 18 mil toneladas de frutas, legumes, verduras e ovos são comercializados na Central, de acordo com o diretor de abastecimento, Cristiano Chaves. Segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), supermercados são proibidos de realizarem doações dos subprodutos para associações de trabalho voluntário ou organizações não governamentais.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) contabilizou, de acordo com a 18ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados, o prejuízo de três bilhões de reais nas seções de açougue, frutas, legumes e verduras, padaria e peixaria em 2017. As principais causas de perdas registradas em 2017 pelos empresários são quebra operacional (36%), furto externo e erro de inventário (15%), e furto interno (10%).
O Centro de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), anexo à Ceasa, enfrenta problemas com a destinação do que é impróprio para consumo ou venda. O gerente de comercialização do Cecaf, Nei Salviano afirma que as instituições possuem convênios para tentar diminuir o que é desperdiçado. "Aqui também há desperdício, mas a gente fez uma parceria com o programa Mesa Brasil e doamos pra instituições carentes".
O diretor de abastecimento da Ceasa, Cristiano Chaves afirma que a perda de produtos ocorre mais na etapa de produção do que na de comercialização. "O comerciante quase não tem perda, vai perder 5% que é o descarte que ele vai entregar para as associações. Já o produtor perde bastante, da colheita até a mesa do consumidor a gente estima mais ou menos 45% [de perda] na produção". Chaves aponta que os principas fatores que influenciam no desperdício são o clima, embalagem, transporte e distância.