O setor de hortifruti nos supermercados apresentou aumento de mais de 50% para os consumidores nos últimos meses em razão da elevação do cãmbio do dólar e do excesso de chuvas. Segundo o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados (Amas), Marcelo Gonçalves, a elevação dos preços dos insumos, decorrente da alta do dólar, e fragilidade de alguns produtos para alta umidade contribuíram para o preço final.
Um exemplo é a variação do preço de uma caixa de 25 quilogramas de mandioca, que era vendida a R$ 14,17 em maio e está comercializada em dezembro a R$ 24,61, aumento de 96%, segundo dados da Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS). O milho que custava em janeiro R$ 10,67, com a alta do dólar chegou a ser comercializado 56% mais caro, R$16,75 em outubro.
Outra justificativa apresentada pelo presidente da Amas é o verão, época de de chuvas intensas. Ele explica que, “como Mato Grosso do Sul é, basicamente, abastecido na parte de legumes e folhagem pelo Paraná, Minas Gerais e São Paulo e esses estados também estão sofrendo com período das águas, alguns produtos apresentam queda no volume ofertado e problemas na qualidade, o que gera valorização do preço”.
A aposentada Elza de Oliveira, 86 anos, frequenta todas as quintas-feiras o supermercado, em razão dos preços especiais do setor de hortifruti. Segundo ela, "os valores pesaram no bolso nas últimas semanas". No momento de pagar constatou a diferença ao ver preços elevados em sua compra. “Não tinha percebido quando peguei os produtos. Só no caixa mesmo percebi que a compra padrão que faço toda semana teve um aumento de quase R$ 20”.
O comerciante Pedro José, 63 anos, também notou a diferença. O preço da mandioca na sua última compra, o fez devolver metade do que tinha comprado. “Fui colocando na sacola sem prestar atenção, quando passei pela segunda vez no corredor notei a diferença nos valores e me assustou. Eu nunca sei o que justifica os aumentos, mas a gente precisa, então não dá para questionar muito. No fim só levamos uma quantidade menor para casa”.
Outros produtos afetados pela alta do dólar
O valor da moeda norte-americana, que atinge nesta sexta-feira (11) R$ 3,87, afeta diretamente a população na hora de comprar produtos básicos, como, por exemplo, o pão francês. A razão para isso está na importação e exportação de alimentos que o país realiza.
- Pão-francês, macarrão e pizza: o Brasil produz trigo que não atende a demanda, por isso é dependente de importação, o que afeta os itens à base de trigo.
- Carne, café e açúcar: são produzidos no país, mas com a valorização do dólar se torna mais vantajoso para o produtor exportar do que manter no mercado brasileiro, isso faz com que o produto valorize internamente.