BANDEIRA VERMELHA

Tarifa de energia elétrica sobe 9% e entra na bandeira vermelha

A bandeira tarifária para consumidores de Mato Grosso do Sul mudou para vermelho nesse mês de setembro. Mudança está ligada a baixa dos rios e termelétricas foram acionadas. O acréscimo é de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (KWh) gastos.

Eliel Dias, Emilly Nunes, Gabrielly Pedra e Sarah Neres16/09/2024 - 09h55
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A bandeira tarifária para consumidores de Mato Grosso do Sul mudou para vermelha, com um aumento de 9% na tarifa de energia elétrica. O acréscimo é de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) gastos. Grupos familiares de baixa renda terão desconto de 50% na fatura.

A distribuidora de energia no Estado, Energisa, tem uma das tarifas residenciais mais caras. A variação tarifária causada pela falta de chuva resulta no acionamento de até 80% das termoelétricas, o que causa o aumento do valor da fatura de energia. O reajuste da tarifa de energia elétrica compromete o conumidor assalariado.

Dados do Balanço Energético Nacional de 2023, indicam que Mato Grosso do Sul produz 13.944 gigawatt por hora (GWh) total de energia hidráulica produzida. As fontes de energia usadas no Estado correspondem a 63,3% do total produzido. As fontes de energia mais usadas no Estado são hidroelétrica, solar, termoelétrica e bagaço de cana.

Carta de conjuntura de energia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC) mostram que 60,3% da energia consumida é tem origem nas hidrelétricas. Os níveis abaixo da média dos rios Paraná Paraguai têm consequências ambientais negativas e perdas econômicas na agricultura e pecuária. A bandeira vermelha patamar dois é a segunda mais alta nas tarifas de energia elétrica do Brasil. 

O meteorologista Natálio Abrahão explica que as consequências do aquecimento global, as queimadas e os combustíveis fósseis influenciam o clima. “As chuvas não serão dentro das médias, as temperaturas máximas serão mais elevadas, a umidade muito mais baixa, com grande alerta a saúde de pessoas, aviários, a pecuária”. As águas do Oceano pacífico Equatorial não tiveram influência do El Niño e La Niña no mês de setembro.

Segundo presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energia MSRosimeire Cecília a impossibilidade de um planejamento hídrico a longo prazo, devido ao clima. “No início do ano passado, no período úmido, nós tivemos o efeito do El Niño. O reservatório de Itaipu ficou tão lotado que abriu as comportas". A falta de chuva causou a alteração da bandeira de verde para vermelha em um mês.

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economista Eduardo Matos, explica que a mudança da bandeira vermelha afeta as pequenas empresas. “Os pequenos negócios, principalmente o varejo, varejo de bairro, varejo local, são impactados com o aumento da tarifa da energia elétrica. O preços dos produtos vendidos nesses estabelecimentos ou serviços oferecidos pelas pequenas empresas pode passar por um repasse". 

A presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energia em Mato grosso do Sul, Rosimeire Cecília enfatiza que os pequenos negócios são os mais afetados pelo aumento da fatura de energia. “Assim, a conta fica mais salgada para quem fica. Quem sobra é quem vai pagar a conta”. 

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