Campo Grande é a capital brasileira com a refeição mais barata, de acordo com os dados da pesquisa do Datafolha encomendada pela empresa especializada em benefícios para a alimentação, Alelo. A pesquisa “Preço Médio da Refeição” foi divulgada em março pela Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT). Os locais pesquisados foram categorizados em comercial, autosserviço, executivo e a la carte. O valor médio da cidade é 23% menor em relação à média nacional.
A pesquisa foi realizada com avaliação dos preços de prato principal, bebida não alcoólica sobremesa e café vendidos em horário de almoço. A estudante do curso de Direito, Renata Ramos passa manhã e tarde fora de casa entre faculdade e trabalho e afirma que almoçar fora custa menos. “Uma das vantagens é não gastar passe de ônibus e nem gasolina para comer em casa”. Renata Ramos explica que procura levar a refeição feita em casa, quando consegue, porque o tempero dos alimentos é forte em restaurantes do centro da cidade.
Em Campo Grande, a média de preços na categoria comercial, com serviço mais simples e que serve o “prato feito” é de R$23,68 e self-service (autosserviço) de R$26,85, com valor médio de R$26,23. A cidade com o almoço mais caro é Florianópolis, com o valor de R$40,85.
A advogada tributária Kezia Miranda explica que uma das possíveis causas dos preços mais baratos na capital é o aumento do custo do gás de cozinha, luz e água. "Isso pressionou os estabelecimentos a melhorarem seus preços e atraírem mais clientes em um ciclo virtuoso da economia local”.
Kezia Miranda também aponta a majoração dos valores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Geografia (IBGE), o IPCA abrange famílias com rendimento mensal entre um e quarenta salários-mínimos, em regiões urbanas das cidades, com dados de preços de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios.
A empresária e proprietária de restaurante Priscilla Semeller explica que em seu estabelecimento são servidos mais de 200 refeições por dia no horário do almoço, com um cardápio de nove pratos quentes e cinco tipos de saladas e legumes. O preço do prato feito é R$6,99. Priscilla Semeller salienta que existem dois fatores decisivos no baixo preço. “O giro de clientes, mais os 30% que se compra direto com o fornecedor”. Ela deu o exemplo onde apenas uma empresa encomenda, diariamente, 30 refeições, além do fluxo de clientes no espaço físico do restaurante.
Tales Augustus é proprietário de um restaurante há um ano. Em seu estabelecimento são servidos, diariamente, de 100 a 130 refeições entre prato executivo e marmitex. O empresário justifica que um dos motivos da refeição ser mais barata na capital é que os proprietários conseguem manter o preço mesmo quando existem oscilações, outro fator é o preço da gasolina, que custa menos que em outras regiões do país. Tales Augustus afirma que Campo Grande possui uma forte concorrência no ramo, o que favorece o cidadão, que pode escolher entre várias opções e se beneficiar com o preço. “Aqui existe a cultura do prato feito, você tem muita variedade em relação a precificação, quando você tem um prato feito com custo acessível ele acaba barateando o ticket médio da cidade.”