A inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 11,26% em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul acima da média brasileira do último ano, 9,68%. O valor acumulado no mês de agosto foi de 0,89%. Campo Grande é a terceira capital em inflação acumulada no último ano, atrás de Rio Branco, no Acre, e Curitiba, no Paraná. Os setores de transporte e alimentação foram os que mais contribuíram para subida da inflação.
Itens essenciais como o combustível, que chegou a ser comercializado no mês de setembro a quase R$ 6,00 de preço médio, a energia elétrica, alimentação e o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), que atingiu a média de R$ 92,00, puxaram o indicador de inflação para cima. Outros setores como o de vestuário e artigos de residência como móveis, eletromésticos e televisões lideram o índice com aumento de 2,30 e 2,29 respectivamente. O setor de habitação registrou queda de 0,20%, o único dos 12 itens analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) é um medidor de variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras, e ficou em 0,87% no mês de agosto no Brasil, esse é o maior valor desde 2000. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, serve para medir a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias que possuem rendimento médio mensal de um a cinco salários mínimos.
O economista Leandro Luan da Justa Soluções Financeiras ressalta que a inflação tem alterações no momento que há um desequilíbrio entre a oferta e demanda. “Toda inflação tem ‘um pé’ na quantidade de moeda na economia, quanto maior a quantidade, maior é o potencial de compra das pessoas, quanto mais pessoas compram maior o preço fica. Campo Grande tem o perfil de consumidor propenso a gastos, O que gera essa inflação”.
Os preços altos em setores como a alimentação são os que mais atingem o consumidor. A capital teve a maior alta no preço da cesta básica segundo dados de agosto do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 3,48%. Campo Grande ficou em 6° lugar no ranking de cestas de alimentos, com um custo de R$ 609,38. O trabalhador que recebe um salário mínimo líquido trabalharia 121 horas e 52 minutos para comprar a cesta básica, o que representa 59,89%. Luan explica que Campo Grande se tornará uma capital com custo de vida muito alto.