Campo Grande registrou queda no preço da cesta básica durante o mês de maio. O preço chegou a R$ 724,09 e marcou a segunda maior queda entre as 17 capitais pesquisadas. A cesta básica de Campo Grande está entre as cinco mais caras do Brasil.
A variação de preços da cesta básica compromete 59,30% do salário mínimo. Os produtos em geral registraram a maior alta nos preços em janeiro de 2023, com o valor de R$ 743,00. Carne bovina, café e leite estão entre os itens mais caros da cesta e aumentaram o valor em 14 das 17 capitais analisadas.
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) é um levantamento contínuo realizado em todas as capitais do Brasil. No mês de maio, a cidade de Brasília teve a maior queda no preço dos itens da cesta básica. Os principais produtos da cesta incluem arroz, feijão, batata, leite, macarrão, batata, tomate e carne. A cesta básica é o conjunto de alimentos essenciais utilizados por uma família durante o mês.
O levantamento mensal feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) demonstra que o valor atual da cesta básica compromete cerca de 61% do salário mínimo do trabalhador. Segundo os dados, o salário necessário para manter uma família de quatro pessoas em 2023 no Brasil deveria ser de R$ 6.652,09, cerca de 5x o valor atual de R$ 1320. De acordo com o Artigo 76 da Consolidação das Leis do Trabalho, o salário mínimo deve ser capaz de satisfazer as necessidades de alimentação, higiene, vestuário, habitação e transporte do indivíduo.
A economista e professora da Escola de Administração e Negócios (ESAN) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Yasmin Casagranda explica que a variação dos preços é impactada pela oferta e pelos custos de insumos para os produtores. “Pelo lado da demanda, os consumidores também influenciam nessa variação de preços, justamente porque são os consumidores que consomem. Então a depender do quanto se está consumindo de um produto, se se consome muito de um produto há uma tendência que esse preço aumente. Essa é uma tendência”. A economista afirma que o aumento ou a diminuição de salário e a variação de mercado definem em como o produtor irá precificar.
A gerente administrativa Maiara Trentini afirma que faz compras semanais para a empresa onde trabalha. Segundo ela, houve uma alta nos preços dos principais produtos que precisa comprar, com exceção do óleo de soja. “Os preços subiram demais, está tudo mais alto na minha opinião. Gasto em média cerca de R$ 1.800 a R$ 2.000. Senti muita diferença nos últimos meses”.
O comerciante Fernando Peres explica que percebeu aumento no preço dos produtos nos últimos quatro meses. Peres comercializa bebidas e diz preferir comprar direto com a distribuidora. “Deixei de comprar alguns produtos no atacado por conta do preço mesmo, como bolachas e legumes. No geral, compro o que é mais necessário, até produtos de limpeza. Tem que acompanhar o mercado todo dia”.