ALIMENTAÇÃO

Cesta básica em Campo Grande registra queda no preço

A cesta básica da capital é a quinta mais cara do país, com o custo de R$ 691,70, o que representa valor equivalente a 115 minutos de tempo de trabalho e mais de 56% do ganho mensal de uma família

Douglas Rebelato; Lizandra Rocha; João Buchara; Allana Souza 12/10/2023 - 21h44
Compartilhe:

Campo Grande registrou a terceira maior queda no preço da cesta básica no segundo semestre de 2023. O custo da cesta básica no mês de agosto chegou a R$ 691,70, uma diminuição em relação a janeiro, que registrou R$ 743,09. A cesta básica da capital está entre as três mais caras do país. O óleo de soja e o açúcar  são os alimentos que apresentaram as maiores quedas nos preços em mercados.

O Governo do Estado implantou em 2021 o Programa Mais Social, que auxilia famílias em vulnerabilidade econômica com o valor de R$ 300,00. O valor é pago mensalmente e depositado na conta bancária do beneficiario. As famílias devem ser cadastradas no CadÚnico e comprovar a necessidade do auxílio.

A cesta básica contém 13 produtos considerados essenciais para a subsistência de uma pessoa durante um mês. O valor equivale a 115,17 minutos de tempo de trabalho e mais de 56% do salário mínimo. Famílias de até quatro pessoas pagam o triplo do valor estabelecido, equivalente a R$ 2.075,10. 

Variação do preço dos alimentos da cesta básica em setembro de 2023 de acordo com o Dieese
Feito por João Buchara no Infogram

A supervisora Técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Andreia Ferreira explica que uma das principais funções do Dieese é fazer a relação entre o salário mínimo e o valor das cestas básicas, com base na Lei nº 185/1936, que institui o salário mínimo. “A cesta básica pesquisada pela Dieese segue o Decreto-Lei nº 399, que determina os 13 itens considerados a base alimentar do brasileiro, e essa lei é um subsídio para justificar a criação do salário mínimo. A partir disso fazemos outras derivações não só em relação ao custo da cesta básica, mas também qual deveria ser o salário mínimo necessário para suprir as necessidades de um trabalhador e a família”. Andreia Ferreira ressalta que "o salário mínimo deveria ser um pouco mais alto para acompanhar a evolução de gastos alimentares e o custo de vida". 

A vendedora autônoma de roupas, Bruna Medina dos Santos recebe o auxílio da cesta básica fornecida pelo Governo Federal há dois anos. Bruna Medina afirma que a quantidade dos alimentos fornecidos na cesta básica são insuficientes para sustentar a família, composta pelos pais e os dois filhos. “Para quem é mãe e precisa alimentar duas crianças, a cesta básica que ganhamos termina antes do final do mês, como autônoma, é difícil ter dinheiro suficiente para comprar outra cesta básica”. A vendedora ressalta os alimentos mais essenciais para a família são o feijão, arroz e leite.

Primeira Notícia · Autônoma Bruna Medina compartilha as dificuldades de adquirir uma cesta básica

O economista Enrique Duarte Romero relata que a inflação afeta as famílias que dependem da cesta básica devido ao aumento no preço do alimento. “Um dos grandes problemas da inflação está especificamente para a camada da população que não tem como se defender dela, já que a maior parte do ganho se destina ao consumo. A inflação propicia a perda do poder aquisitivo do dinheiro, o que prejudica a camada de baixa renda”. O economista diz que “as famílias necessitadas precisam de um planejamento financeiro adequado, para controlar os efeitos da inflação”.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também