ECONOMIA

Galeria de arte em Campo Grande leiloa obras em certificado de propriedade digital

Certificado atribui autenticidade as obras digitais e transforma em itens colecionáveis as pinturas expostas que representam a biodiversidade do Pantanal devastada pelas queimadas

Beatriz Rieger, Bruna Querino e Isabella Motta20/11/2021 - 00h07
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A primeira galeria de arte especializada em Certificado de Propriedade Digital em Campo Grande publicou na plataforma Open Sea a exposição "Pantanal", com coleção de pinturas da artista visual Isabella Breu. A exposição é composta por três quadros e representa o Pantanal, que teve grande parte de sua biodiversidade devastada pelas queimadas. A galeria Brazilian's Nfts, curadora da exposição, destina 20% do valor arrecadado para a Organização Não-Governamental (ONG) SOS Pantanal com o objetivo de contribuir com a prevenção de incêndios.

O modelo de certificado de propriedade digital é proveniente da mesma tecnologia que as criptomoedas e utiliza a Blockchain, nos últimos meses ganhou popularidade em Mato Grosso do Sul. De acordo com o especialista em criptomoedas, Tim Balabuch esta nova forma de Token criptográfico tem um valor único e não cambiável, o que cria um produto escasso, que transforma recursos ou obras digitais em algo único por meio da tecnologia Blockchain

 

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O cofundador e diretor da Brazilian's NFTs, João Victor Vasques aponta que a digitalização de obras de arte pode contribuir para impulsionar o mercado artístico brasileiro e democratizar o acesso à cultura. "A empresa tem o propósito de inserir artistas nacionais no mercado de criptomoedas. E integrar a obra física com o digital".

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De acordo com Tim Balabuch, nos NFTs tudo é escrito em código-fonte e de forma descentralizada. "Não existe um órgão superior responsável por isso. Essa característica traz mais segurança, já que não dá para falsificar e copiar". Segundo dados do NonFungible.com, este mercado movimentou US$ 2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, montante mais de 20 vezes superior ao observado nos três meses anteriores e 131 vezes maior que todo o dinheiro movimentado entre janeiro e março de 2020.

O OpenSea e o Foundation são plataformas que auxiliam aqueles que desejam transformar obras, jogos e músicas em tokens não fungíveis. Para Balabuch permite que os usuários criem os certificados de propriedades digitais, "se alguém trabalha com arte gráfica e quer atrelar suas obras a um NFT, muitas vezes isso cria um valor. Mas há alguns cuidados que devem ser tomados com este procedimento, já que ele não é gratuito".

Segundo Balabuch, para as criptomoedas como para os NFTs, as pessoas são responsáveis pelos tokens. "Em muitos casos, as pessoas perdem as chaves privadas e todo o acesso aos itens. E fica perdido para todo o sempre, não tem uma maneira de recuperar". Ele explica que um dos benefícios é que não existe um intermediário nas vendas, "não tem uma taxa para pagar na galeria, que, às vezes é muito alta. O artista vai ser recompensado diretamente e gerar uma segurança de autonomia, já que tudo estará registrado de forma transparente".

Primeira Notícia · O advogado Raphael Chaia explica sobre o certificado de propriedade digital

O advogado especialista em Direito Digital e Compilance  pela Damásio Educacional, Raphael Chaia explica que o certificado de propriedade digital pode expandir o número de usuários nos próximos anos ou ocorrer uma quebra de valor a longo prazo. "Mato Grosso do Sul entra agora no mercado de NFT, o que pode revolucionar a indústria. O artista digital pode disponibilizar a música por meio de um token não-fungível, sem precisar do auxílio de uma gravadora. É uma ideia de status e terá como garantia algo único".

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