O comércio varejista em Mato Grosso do Sul apresentou alta de 0,8% em setembro deste ano. O aumento foi de 4,4% em comparação com julho de 2023. Artigos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, vestuário e calçados são os setores que lideram nas vendas.
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou 109 pontos, um aumento de 5,83% em relação ao mesmo período de 2023. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) em Campo Grande registrou alta com 113,2 pontos em outubro, o maior índice registrado nos últimos 12 meses.
A economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), Regiane Dedé de Oliveira destaca que o Indice de Confiança do Empresário (ICEC) de Campo Grande registrou crescimento em 12 meses. “Isso pode ser um reflexo das perspectivas para o fim de ano, com a injeção dos valores do 13º salário e das comemorações do Natal. Também temos aí um período de redução da incerteza da economia brasileira, que registrou o menor patamar dos últimos meses e tudo isso pode ter influenciado no otimismo do empresário, que ficou mais confiante para as vendas”.
A empresária e comerciante Kamilla Melo destaca que o aumento registrado foi imperceptível no setor que atua. Segundo Kamilla Melo, "as clientes evitam 'gastos supérfluos'. Procuro manter a mesma tática para vender, costumo dar descontos, faço companhia especial na semana e busco criar alguma alternativa para atingir a meta mensal". A comerciante explica que é necessário investir semanalmente para acompanhar os produtos mais vendidos do comercio o que gera dificuldade atuação dos comerciantes. A empresária destaca que "a demanda por novidades no setor de vestuário que atua, aumenta a pressão financeira e operacional no setor". Kamilla Melo explica que os impostos são "um peso" para os comerciantes, e afirma que o dinheiro usado para pagar impostos poderia ser utilizado para impulsionar as vendas. "O aumento dos comércios é uma competição intensa, sempre tento manter a qualidade de atendimento e das mercadorias para manter a fidelidade do cliente, mas no final a pressão é sempre muito forte"
O economista Eduardo Matos destacou que o aumento das atividades econômicas é relevante no desempenho do varejo em Mato Grosso do Sul, e na expansão do comércio. “Houve aumento do nível de empregos e do rendimento médio das famílias, impactando diretamente o varejo local e online. Mato Grosso do Sul está em um status de pleno emprego, o que também beneficia outros setores, como a indústria. Esse cenário tende a dar sustentação para o crescimento do varejo, mesmo considerando sazonalidades”. Matos enfatiza que o planejamento é uma prática frequente no setor varejista. “O caixa e o estoque são variáveis cruciais para o lojista, assim como estar atento às tendências de consumo e empresariais. Isso permite diferenciação no mercado e sustentabilidade no crescimento, mesmo diante das oscilações econômicas”.