DIA DAS MÃES

Dia das Mães deve injetar mais de R$ 202 milhões na economia de Mato Grosso do Sul

A Fecomércio-MS projeta um aumento na movimentação financeira de 21,55% com presentes e de 32,61% com as comemorações em relação ao ano passado

Adrian Albuquerque, Gabriela Coniutti e Lucas Castro 8/05/2018 - 07h32
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Os consumidores sul-mato-grossenses devem movimentar, aproximadamente, 202,69 milhões de reais na economia do estado no período de comemoração ao Dia das Mães. De acordo com a pesquisa de intenção de compras e comemorações, realizada entre os dias 9 e 20 de abril pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae-MS), 70% dos consumidores vão presentear suas mães nesta data comemorativa. No total, 2.509 pessoas foram entrevistadas em 15 municípios de Mato Grosso do Sul.

Conforme o levantamento, aproximadamente, 105 milhões de reais (52%) serão gastos na compra de presentes e 97 milhões de reais (48%) serão destinados às comemorações, ou seja, despesas com viagens, alimentação e bebidas. 

Segundo a economista da Federação do Comércio do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-MS), Daniela Dias em relação ao ano passado, projeta-se um aumento na movimentação econômica estadual de 21,55% com presentes e 32,61% com as comemorações. “Neste ano, percebemos que teve uma mudança de cenário, a intenção de consumo das famílias está numa evolução constante. Ainda estamos na chamada ‘zona negativa’ de consumo, mas ela já melhorou significativamente. Desde o ano passado, temos uma tentativa de recuperação do emprego. Ainda temos um número grande de desempregados, mas a velocidade com que isso cresce é muito menor em comparação, por exemplo, a 2016 e início de 2017. Isso traz um pouco mais de segurança no emprego e alguns indicadores econômicos têm afetado as expectativas dos consumidores e, consequentemente, dos empresários”. 

   Daniela Dias coordenou a pesquisa do IPF-MS 
   (Foto: Lucas Castro)

Daniela Dias afirma que, neste ano, a preferência é pelas lojas do centro. “Em Campo Grande, a gente vê que essa realidade acontece mais frequentemente do que em outros municípios. No interior, as lojas centrais ainda são muitos próximas das lojas dos bairros. Então, a gente percebe mais essa tendência em Campo Grande. Lojas centrais são a preferência de compra, seguidas pelos shoppings e também temos o comércio de vizinhança ou comércio dos bairros”.

A economista aponta que, no estado, as roupas seguem como preferência para presentes. “As roupas são a preferência de mais de 25% dos entrevistados, seguido de calçados com, aproximadamente, 13% e bolsas e acessórios com 10%. Tivemos uma novidade nessa pesquisa, que foi a procura por centros de estética. Então, os presentes podem ser inovadores neste ano em relação ao mesmo período em 2016 e 2017. Além disso, no que se refere às comemorações, a maior parte dos filhos e das mães tenderão a passar essa data comemorativa em casa. Então, nesse sentido, os supermercados devem ser movimentados significativamente”.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDLCG) realizou, no período de 23 a 25 de abril, uma enquete com 250 entrevistados, via telefone, para avaliar a intenção de compra para o Dia das Mães na capital sul-mato-grossense. A pesquisa apontou que 78% das pessoas ouvidas vão presentear suas mães nesta data comemorativa. O valor médio que será gasto em presentes ficou de R$ 70,00 a R$ 100,00, com preferência de compras no centro da cidade. 

O presidente da CDLCG, Adelaido Vila afirma que a expectativa para as vendas neste ano é maior em relação ao ano passado, que teve índices econômicos negativos. “A tendência é que o consumidor gaste um pouco mais esse ano. A média de preço dos presentes do ano passado ficou em torno de 70 reais e nós percebemos, por meio do nosso estudo, que a maior faixa de público vai gastar de 70 a 150 reais. A expectativa é que o campograndense gaste um pouco mais esse ano".

Vila ressalva que o valor do frete para Campo Grande tem interferido nas compras feitas pela internet. “Percebemos uma redução em relação aos anos anteriores, existe uma pretensão de compra. Apenas 6% dos 250 consumidores que entrevistamos pretendem fazer essa compra online. Por que? Justamente, por conta dos custos de frete. O consumidor, muitas vezes, encontra na internet um produto mais barato em comparação com as lojas físicas de Campo Grande, mas, na hora que se inclui o preço deste frete e o tempo de espera, ele prefere as lojas da própria cidade e valoriza o comércio local”.

O presidente da CDLCG aponta que a intenção de compra em lojas de bairro aumentou significativamente nos últimos dois anos e salientou a necessidade de fortalecimento destes comerciantes em Campo Grande. “Nós percebemos esse crescimento dos bairros, que representava ano passado em torno de 3% da intenção de compra. Dentro da expectativa para esse ano, acreditamos que o comércio de bairro chegará em torno de 13%. Existia uma certa dificuldade de comprar nos bairros, principalmente os bairros de classe social C e D, havia uma discriminação, que foi vencida nestes últimos anos. Hoje, em todos os bairros há lojas de ótima qualidade, que vendem produtos de muita qualidade e passou a ser muito comum esse consumo. Então, temos uma ideia de 10% de crescimento de compra nos bairros”.

   Para Asato, o conceito de Shopping mudou 
   (Foto: Lucas Castro)

O presidente da Associação dos Lojistas do Shopping Campo Grande (ALSCG), Thiago Asato afirma que a tendência do pagamento à vista pode potencializar as vendas. “Essa última pesquisa da Fecomércio indica que a maioria das pessoas vão pagar em dinheiro, o consumidor tem optado por pagar à vista. Os lojistas, ao darem uma opção melhor de pagamento, um desconto maior à vista, acabam potencializando a venda. A gente percebe que algumas lojas têm feito isso: dando desconto maior à vista para se ter um melhor acúmulo de caixa”.

Diante da preferência de compras nas lojas da região central apresentada pela pesquisa da Fecomércio-MS deste ano, Asato ressalta que os lojistas do Shopping devem criar estratégias de parceria e conforto para atrair os consumidores. “O shopping, atualmente, é visto como um centro de entretenimento, o seu conceito mudou. Acredito sim que as pessoas gostam de comprar no centro da cidade, mas creio que essa mudança de sentido do ambiente que é o shopping deve mudar um pouco esse cenário de consumo. Levo em consideração, no período de compras paras principais datas comemorativas, o fato de ser um lugar fechado, com ar condicionado e amplo estacionamento”. 

A acadêmica do curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Carolinna Victório afirma que, neste ano, o orçamento está mais equilibrado. “Em relação ao ano passado está um pouco mais tranquilo, mas não vou exagerar e, até por isso, pretendo comprar à vista, pois, assim, evito usar o cartão de crédito e tenho um controle maior dos gastos. Espero gastar entre uns 60 e 70 reais. Se os meus irmãos colaborarem para dividir a compra do presente, dá para gastar, no máximo, 120 reais”.

A estudante, que pretende comprar o presente na véspera do Dia das Mães, destaca que, antes de ir às compras, costuma comparar os preços em lojas na internet. “Quando estou nas lojas, analiso a qualidade do produto e rapidez no atendimento. Primeiramente, vou procurar o presente em lojas do centro, se eu conseguir ir antes de sábado. Caso contrário, vou ao shopping, por ser mais prático: posso ir a muitas lojas e comparar preços sem medo de chuva ou grandes problemas para estacionar, comer, percorrer muitas distâncias”.

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