O comércio varejista de Campo Grande teve queda nas vendas de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a pesquisa de intenção de compras, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF-MS) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), o Dia dos Pais neste ano deve movimentar 93 milhões de reais na economia do estado sul-mato-grossense, montante 27% menor do que 2015.
No ano passado, o gasto médio por presente foi de R$130,00 e a expectativa é que neste ano o consumidor gaste em média R$117,00. O proprietário da Loja Dunil, Jailson Netto diz que o Dia dos Pais é a segunda data de maior movimento para as lojas de moda masculina. “Estou otimista, acredito que vai ser uma data em que vamos ter retorno do consumidor. Estamos nos preparando para uma venda legal. Se a gente atingir o que conseguiu vender a nível do ano passado já seria bastante satisfatório.”
A empresária Fátima Correia, proprietária da FS Confecções, de outro lado não está otimista com as vendas. “Eu acho que as pessoas vão ser mais cautelosas, porque no Dia das Mães aconteceu isso, ele é como um segundo Natal para o comerciante, e não foi esse ano”. A comerciante acredita que as lojas de roupa foram mais afetadas pela crise porque não são uma necessidade prioritária de consumo, como os alimentos, e garante que a crise econômica afetou as vendas. “Precisamos remodelar bastante a mercadoria e o sistema de venda. Tenho procurado um produto que seja mais acessível. E também correr atrás do consumidor, e não ficar só na loja, se você for esperar só na loja, é difícil.”
O Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa da Fonseca, conhecido como Camelódromo de Campo Grande, possui variedade de produtos e fácil localização e também teve diminuição nas vendas nos últimos anos. Segundo o presidente do Camelódromo, Francisco Pereira, a expectativa para o Dia dos Pais é que as vendas aumentem por ser data de pagamento e começo de mês. "Acho que vai dar uma aquecida sim, pode chegar até 20%. É o que a gente está esperando".
Para a economista do Centro de Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio), Daniela Dias, o consumidor está mais consciente na hora de gastar e não deixará de comprar em uma data comemorativa. Segundo ela, a expectativa de vendas sempre aumenta quando comemorações se aproximam. "A crise econômica afetou diretamente o comércio. Agora o consumidor está mais consciente e pensa muito antes de comprar e o que comprar. As vendas diminuíram em relação ao ano passado, mas os pais ainda vão ganhar presentes."