Produtores rurais de Mato Grosso do Sul retomaram as exportações de frango e ovos para o Japão após um mês de embargo econômico. O país suspendeu temporariamente as importações após a notificação de um foco do vírus da Influenza Aviária de alta patogenicidade (IAAP - H5N1) em criação doméstica em Bonito. Os produtos como ovos, aves vivas, carne de aves e derivados foram impedidos de entrar no país.
O Japão importa mensalmente uma média de 2,5 mil toneladas de carne de frango de Mato Grosso do Sul. O país ocupa a segunda posição entre os países importadores de produtos sul-mato-grossenses, com 19,56% da receita e um volume de 19,4 mil toneladas mensais. A China é o país que realiza o maior número de importações de frango sul-mato-grosssense, número que corresponde a 20,96% da receita do estado.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) elaboraram novos protocolos para a contenção do vírus. As medidas preventivas são a eliminação das aves infectadas, desinfecção de propriedades, monitoramento constante e a restrição do trânsito de aves e produtos avícolas na região. O Boletim Casa Rural da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) registra que a Argentina foi o segundo maior destino de exportações de Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2023.
De acordo com o médico veterinário Renato Nunes Toniasso a Influenza Aviária é uma doença diagnosticada por meio de exames laboratoriais moleculares com amostras de secreção nasal ou de fezes das aves sob suspeita ou sob monitoramento. “Os exames devem ser realizados por um médico veterinário oficial ou um médico veterinário autônomo credenciado. Todavia, deve-se lembrar que é necessário a notificação às autoridades sanitárias dos casos suspeitos”.
Segundo Toniasso, evitar o contato direto ou indireto com aves silvestres e pessoas que estejam em contato com aves migratórias e aquáticas são as medidas de segurança que devem ser adotadas pelos produtores e pelos frigoríficos como forma de prevenção e controle da gripe aviária. “As instalações avícolas devem ser protegidas com barreiras físicas, químicas e biológicas a fim de controlar os canais de contaminação ou de transmissão do agente, que é um vírus”. O médico veterinário afirma que o controle do acesso e do fluxo de pessoas às instalações de frigoríficos, veículos e equipamentos presentes nas áreas de criatório, também são medidas de segurança que devem ser adotados pelos proprietários.
Toniasso enfatiza que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) estabelecem normas sanitárias para a manutenção de frigoríficos de aves. “Existem algumas das normas que são escritas com a finalidade de manter um sistema de vigilância ativo e passivo para detectar, precocemente, qualquer caso para a prevenção, controle e erradicação, seja da alta patogenicidade ou da baixa patogenicidade. Qualquer ocorrência da doença há restrição do trânsito de aves vivas e produtos derivados entre as unidades federativas, a proibição da realização de feiras e exposição de aves vivas”.