Comerciantes de Campo Grande começaram a substituir o motoboy pelo bikeboy para entregar produtos a domicílio em Campo Grande. A função é a mesma, o que muda é que o meio de locomoção utilizado é a bicicleta. De acordo com o Serviço de Apoio às Pequenas e Microempresas (Sebrae), empresas que oferecem esta opção de entrega ainda são minoria entre o total de 291 prestadoras de serviços que utilizam veículos de duas ou três rodas, motorizados e não motorizados, na Capital.
A consultora de moda Wity Prado é dona da Xumiga, uma das empresas que aderiu ao bikeboy para entregar mercadorias. Ela recorria a um motoboy quando algum cliente pedia para receber produtos em casa. Depois que conheceu a opção da bicicleta aprovou a qualidade do serviço e decidiu contratá-lo para agregar a "responsabilidade socioambiental" à sua marca. "O preço é igual ao que cobra um motoentregador e o tempo de entrega é praticamente o mesmo. Para minha empresa, o custo-benefício fica mais por conta da 'pegada' sustentável de um veículo que não consome combustível e não polui o ar".
Para o analista técnico do Sebrae/MS, Vitor Faria, “os empreendimentos que têm a sustentabilidade como alma de seu negócio estão muito em alta e vêm a cada dia ganhando mais espaço. É até interessante que eles realizem parcerias com outras empresas também preocupadas com a questão da responsabilidade socioambiental". Faria acrescenta que quem investe neste tipo de negócio tem mais chances de obter rápido retorno financeiro.
Economia, agilidade e poluição zero
O proprietário de loja de livros e apostilas para concursos públicos, Helton Leal trocou o motoboy pelo bikeboy para economizar. "Antes oferecia serviço de disk entrega aos clientes com motocicleta e chegava a pagar até R$ 35 pela 'corrida'. Há um ano contratei um bikeboy que faz pontualmente todo o serviço que preciso, sem prejuízos, e o máximo que já paguei foi R$20".
A agilidade também é fator decisivo para contratar. Em Curitiba (PR), São Paulo (SP) o serviço começou a se popularizar há cerca de três anos, pela possibilidade que o biker têm de "driblar" o trânsito e chegar mais rápido ao destinatário.
As entregas da loja de Helton Leal chegam mais rápido depois que ele contratou a Via Pedal, única empresa de Campo Grande que utiliza exclusivamente bicicleta. Há um ano e meio o proprietário da Via Pedal, Nilson Young, abriu o negócio, e hoje se diz satisfeito com o rendimento financeiro. Os preços variam de R$ 7 a R$ 15 e as entregas, limitadas a distâncias de três a oito quilômetros, chegam até o destinatário entre 10 e 30 minutos. Young acredita que há oportunidades para bikeboy na capital. "É uma cidade de geografia plana e há uma boa quantidade de ciclovias. São fatores que favorecem muito o trabalho".
De acordo com informações da Agência Municipal de Trânsito (Agetran), Campo Grande possui 89 quilômetros em ciclovias e ciclofaixas.
Atualmente, Young atende diversas empresas, algumas ocasionalmente, outras como entregador fixo. Ele faz desde serviços em bancos e cartórios a compras no supermercado. "A minha intenção é expandir o negócio porque acredito na bicicleta não só como meio de transporte, mas também como capaz de transformar a sociedade".