ENDIVIDAMENTO

Cresce endividamento das famílias

Patrick Alif e Victor Hugo Sanches21/05/2014 - 16h59
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A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicou que no mês de abril, o índice de endividamento familiar chegou a 68,7% em Campo Grande.

O cartão de crédito é o principal responsável pelo endividamento, com 60,5%. Em segundo lugar, vem os carnês com 41,4%, seguido pelos financiamentos de carros que atingiram 16,4% no último mês.

Segundo a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos de Mato Grosso do Sul (DIEESE-MS), Andreia Ferreira, 35, os principais causadores da inadimplência são os bens de consumo duráveis. Ela ressalva que “os produtos para casa da linha branca, como a geladeira e a máquina de lavar, são os que mais endividam. Os automóveis também apresentam grande endividamento, o que se reflete no trânsito da cidade”.

Ainda de acordo com a CNC, das famílias que pagam algum parcelamento atualmente,  47,75% informaram que tem contas em atraso. Para Andreia Ferreira, esse índice é preocupante. “É um número assustador, se considerarmos que quase metade da população de Campo Grande está inadimplente”, observa. A pesquisa informou também que 39,7% dos indivíduos que tem parcelas em atraso não têm condições de pagar.

 

Controle financeiro

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             Andreia Ferreira explica como controlar as finanças                Foto: Victor Hugo Sanches

De acordo com pesquisas do DIEESE e com base no Decreto de Lei nº 399 de 1938, para que o cidadão consiga ter acesso a habitação, educação, saúde, transporte e despesas diversas, o salário ideal para o mês de abril  seria R$ 3.019,07. Com base nesses números, Andreia Ferreira apresenta algumas dicas de educação financeira para reduzir e administrar os gastos. “Tenha um arquivo de documentos com seus recibos, faça sempre listas de controle de compras e estoques e elabore uma planilha, manual ou eletrônica, referente ao seu orçamento mensal”.

Para a economista a dica é começar pelo orçamento, se preocupar com pequenos detalhes e orientar todos da casa. “Apagar a luz, desligar televisores, não abrir a geladeira sem necessidade e não deixar o ventilador ligado sem nenhuma presença no ambiente é imprescindível. As crianças, nessas situações, devem ser orientadas com a repetição verbal para não desenvolver e não estimular vícios consumistas, além de ter como exemplo a postura dos pais”.

Os impactos emocionais, segundo Andreia Ferreira, exige muita atenção. “Não é muito bom que as pessoas façam compras quando estão muito felizes ou muito tristes. Nessas situações, geralmente, a racionalidade é perdida. Uma vez que foi feita a organização financeira, deve-se manter o controle da situação para evitar problemas futuros”.

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