As feiras de pequenos empreendedores apresentaram crescimento em Campo Grande neste ano. O setor da economia criativa registrou um aumento de 17% no estado entre 2021 e 2022. A economia criativa cresceu paralelamente à quantidade de pessoas que atuam em empreendimentos como artesanato e gastronomia.
A economia criativa representa 0,82% da economia do estado, que ampliou em 11 mil pessoas entre 2021 e 2022. Desde janeiro de 2023, quatro feiras da economia criativa iniciaram suas atividades na capital. As feiras são o espaço de comercialização de 51% dos empreendimentos do setor na capital.
Dados da plataforma Observatório Itaú Cultural mostram que a representação da Economia Criativa no Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul cresceu 34% entre 2020 e 2023. Esse número representa . O superintendente de Economia Criativa da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Décio Coutinho destaca o potencial de crescimento deste setor na economia da capital. “Nós percebemos que as feiras vêm se firmando e aumentando em termos de expositores e de público, e sendo um importante meio de acesso a mercado por parte dos empreendedores criativos”.
A feira "O Balaio" acontece na cidade de Dourados desde 2018 e expandiu para Campo Grande neste ano, com a realização de edições em fevereiro e em junho. Segundo as organizadoras da feira, Bi Miura, Fernanda Sabô e Thays Nogueira, a segunda edição realizada na capital movimentou R$194 mil em 6 horas. A produtora de eventos e organizadora da Balaio, Thays Nogueira explica que “as feiras impulsionam toda uma cadeia econômica da região. Tem os prestadores de serviço que atendem as feiras, o eletricista, o pessoal do som, do banheiro químico… então esse impacto não é só no público, nos servidores e expositores, é um impacto que se espalha para outros setores da sociedade”.
A Feira do Bosque Camburé realizou sua primeira edição em janeiro deste ano e foi resultado de uma iniciativa que transformou um terreno sem função social do Bairro Oliveira II em um bosque, organizada pelos moradores. O diretor da feira e presidente da Associação Amigos do Bosque, Édio Guimarães afirma que o elemento que distingue o Bosque das demais feiras na cidade são os projetos sociais realizados com os moradores da região. “A Associação busca, através de parcerias, proporcionar aos empreendedores e moradores vários cursos, e isso proporciona aumento de produtividade, margem de lucro e aumento de vendas”.
De acordo com a coordenadora de Economia Criativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado (Sebrae/MS), Isabella Montello a economia criativa local é composta por microempreendedores que optam pela comercialização de serviços e produtos personalizados. “O perfil é uma galera que quer liberdade e quer empreender, criar algo com a cara dela”. O Painel de Inteligência Territorial do Data Sebrae indica que Campo Grande tem 7.354 microempreendedores individuais no setor criativo.