TRABALHO

Índice de desemprego em Mato Grosso do Sul diminui em relação ao início do ano

Dados da Funtrab indicam que taxa de desemprego no estado é de 3,34%, menor que a média nacional

Gabriela Dalago e Gabrielle Tavares Rodrigues 7/09/2019 - 10h00
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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o índice de pessoas desempregadas em Mato Grosso do Sul caiu em relação ao primeiro trimestre de 2019. O número de pessoas à procura de emprego há dois anos ou mais diminuiu em três mil nos períodos de abril, maio e junho, comparado aos primeiros meses do ano. O número de desempregados com 14 anos ou mais que procuram emprego há menos de um mês reduziu em nove mil.

De acordo com dados da pesquisa referente ao segundo trimestre de 2019, as taxas de desocupação da região Centro-Oeste se mantiveram estáveis em comparação ao mesmo período do ano anterior. O economista e professor do curso de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Wladimir Machado Teixeira ressalta que o cenário estadual apresenta baixos índices de desemprego. “Podemos constatar que as nossas taxas de desemprego são menores que a média nacional, então estamos em uma posição privilegiada, com o estado de Mato Grosso do Sul entre as menores taxas de desemprego”.

O diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), Enelvo Felini afirma que cerca de 118 mil pessoas estão desempregadas no estado e a expectativa é que esse número diminua nos próximos meses. A população estimada de Mato Grosso do Sul é de cerca de 2,8 milhões. “Não tenho dúvidas que no segundo semestre, se abrirem às empresas que estão previstas, nós vamos estar entre os primeiros três estados do Brasil durante esse ano em geração de emprego”. 

Feline enfatiza que Mato Grosso do Sul encerrou os primeiros sete meses do ano com 3,34% de índice de geração de emprego, e o Brasil apresentou 1,20%. O estado ficou à frente do Mato Grosso, que no primeiro trimestre de 2019 obteve 3,65%. “No primeiro semestre ficamos em primeiro lugar, agora no primeiro mês do segundo semestre ficamos em segundo lugar. Então vamos ficar despontando entre o primeiro, segundo e terceiro lugar durante todo o ano”. 

Vera Benevides está à procura de emprego há cerca de um ano e foi demitida de seu antigo trabalho devido à um corte de gastos. Ela sustenta três filhos com a ajuda de conhecidos e com R$ 90 do Bolsa Família. “Enquanto eu não acho emprego eu faço bico, passo uma roupa, faço uma limpeza, uma faxina e no que me chamar eu meto a cara e faço. Porque não dá para ficar esperando só pela Funtrab, pela Funsat, pelas empresas que eu mandei currículo. E eu não tenho um currículo ruim, o meu último emprego foi de três anos e dez meses, e o meu antes desse foi de oito anos”.

O professor de economia da UFMS, Wladimir Teixiera destaca que o trabalho informal tem sido uma possibilidade para pessoas sem registros na Carteira de Trabalho. Parte dessa informalidade é associada à trabalhos precários, e o investimento em qualificação é uma alternativa para evitar estas situações. “Entre as variáveis que são importantes no mercado de trabalho, estão educação, qualificação e capacidade de relacionamento. Então, é sempre importante que os trabalhadores se atentem para novos cursos e ocupações, para pleitear novos cargos”.

O economista ressalta que instituições que promovem o contato entre o trabalhador e a empresa são muito importantes para a redução do desemprego, e que outros métodos precisam ser utilizados em conjunto para um melhor crescimento econômico. “Entre as opções, estão mudanças no mercado de trabalho, políticas públicas para estimular o emprego e o emprego dos jovens e uma melhor alocação dos indivíduos no mercado de trabalho. Muitas das tendências para os próximos meses vão depender também do ambiente externo”.

A taxa de pessoas que procuram emprego há mais de dois anos cresceu em âmbito nacional. Mais de um quarto da população está desempregada, o que corresponde a cerca de três milhões de brasileiros nesta situação. A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos, como há menos de um mês, diminuiu e está propensa a crescer a longo prazo no Brasil, em períodos de dois anos ou mais.

A Pnad Contínua é uma pesquisa realizada pelo IBGE para acompanhar as variações trimestrais e a evolução das estatísticas de trabalho a curto, médio e longo prazo, associadas a características demográficas e educacionais. A pesquisa foi criada em 2011 e coleta dados em cerca de 210 mil domicílios.

 

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