INFLAÇÃO

Inflação em Campo Grande é a maior dos últimos dez anos

O acumulado anual da inflação de Campo Grande em 2015 atingiu 10,48%, o transporte coletivo está entre os itens com maior alta alta

Gabriella Fernandes e Gabriela Galvão18/12/2015 - 08h31
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O acumulado anual da inflação em Campo Grande em 2015 atingiu 10,48%, maior índice desde 2004, segundo o Núcleo de Pesquisas Econômicas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp) em pesquisa divulgada em 7 de dezembro. A alimentação e o transporte são setores que tiveram maior aumento. Em novembro, a alimentação teve um aumento de 3,33%, transportes 1,80%, despesas pessoais 1,03%, habitação 0,26% e vestuário 0,19%.  O setor de saúde teve uma queda de 0,06% e educação não teve variação no mês.

Desde 19 de novembro, a passagem de ônibus passou de R$ 3,00 para R$ 3,25, um aumento de 8,83%. A funcionária pública Luciene Ferreira, acredita que esse aumento foi o que mais impactou em seu orçamento. “O aumento do transporte coletivo foi inesperado, um dia era três reais e no outro já passou a três e vinte cinco. Meu salário continuou o mesmo”. Com a mudança, ela passou a gastar um real a mais por dia

Segundo o economista João Felipe Arakaki, inflação é a elevação do índice geral dos preços da economia. "Quanto maior a inflação, menor o poder de compra das pessoas." Para o economista, a inflação em Campo Grande e em todo país aumenta devido a crise política brasileira. "A crise política vem ocasionando a fuga de capitais, o que reflete na inflação, desvalorizando a moeda nacional."

De acordo com Arakaki, "com a desvalorização do real a quantidade de produtos e serviços que o Brasil conseguirá importar será menor, ou seja, os preços dos produtos do exterior serão maiores, o que ocasionará no aumento dos preços para o consumidor final."

A comerciante Melina Herrera percebeu o aumento dos preços ao longo do ano. “Nós percebemos o aumento no custo da produção do nosso ateliê, mas optamos por não repassar os valores aos consumidores”. Ela acredita que essa estratégia fez com que não perdessem clientes no ano de 2015.

O advogado Guilherme Oliveira percebeu o aumento de preços das refeições. “O preço subiu no supermercado e nos restaurantes. Comer fora teve que ficar mais esporádico”. Ele optou por pesquisar bem antes de fazer as compras do mês e fica de olho nas promoções.

O Diretor da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Adelaido Villa afirma que o ano de 2015 foi um ano difícil para o comércio em razão da crise econômica que o Brasil passa. “Estamos com expectativas para que nesse fim-de-ano o movimento aumente e possamos nos recuperar.” 

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